Sugerida pelo Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas do Estado (Simers), a proposta para que as feiras passem a ser realizadas de dois em dois anos está longe de ser uma unanimidade entre os organizadores dos eventos e até mesmo no setor. Para os dirigentes da cooperativa Cotrijal, que organiza a Expodireto, há espaço para negociar, desde que o bom senso prevaleça.
- Concordamos em negociar contanto que o rodízio não fique só entre Rio Grande do Sul e Paraná (onde são realizadas a Expodireto e o Show Rural Coopavel). É preciso incluir também São Paulo - ponderou Nei César Mânica, presidente da Expodireto-Cotrijal.
Indústria de máquinas agrícolas quer feiras a cada dois anos
E por São Paulo, ele refere-se à Agrishow, que ocorre em Ribeirão Preto e tem a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas (Abimaq) como um dos organizadores. Mânica tem opinião formada: avalia que o espaçamento de tempo pode levar a uma desmobilização.
Presidente da Câmara Setorial de Máquinas da Abimaq, Pedro Estevão Bastos afirma que, na entidade, o assunto não tem consenso e tampouco é uma bandeira neste momento:
- Há empresas do setor que defendem a realização bianual e, outras, que seja anual. Algumas indústrias acham o custo-benefício das feiras interessante.
São justamente os gastos com montagem das estruturas, transporte das máquinas, horas extras e estadias dos funcionários que motivaram associadas do Simers a solicitar o debate do tema - a soma em um evento pode passar da casa do milhão.
Depois de um 2015 de recuo de mais de 30% nas vendas, arcar com esses valores teria ficado pesado demais.
- Nossa ideia é fazer uma reunião ainda durante a Expodireto, com o maior número de empresas possíveis. Tem de ser uma decisão unânime, um acordo de cavalheiros bem montado, porque se uma indústria furar, complica - pondera Claudio Bier, presidente do Simers.