Representante do Ministério da Agricultura durante as atividades da 26ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz, realizada em Alegrete, na Fronteira Oeste, a partir desta quinta-feira, o secretário de Política Agrícola, André Nassar, voltará para Brasília com a mala cheia de reivindicações. Além de ações capazes de reduzir os prejuízos causados pelo clima à cultura - uma área de 155,34 mil hectares ficou debaixo d'água, sendo 39,27 mil hectares perdidos no Estado -, há as solicitações dos produtores de uva, igualmente impactados pelo mau tempo.
Em reunião realizada nesta quarta-feira, na Secretaria da Agricultura, um documento foi elaborado para ser entregue a Nassar em Alegrete.
Traz três pontos. O primeiro é a prorrogação dos vencimentos de financiamentos de custeio e de investimentos. O segundo, a liberação de recursos para a parte que cabe ao governo na subvenção do seguro rural. E, por fim, que o ministério se mantenha firme no propósito de não permitir a importação de derivados de uva da Argentina.
- Mesmo com a quebra de safra, temos estoques pata atender a demanda do mercado interno - afirma o secretário Ernani Polo.
Os números da Emater apontam redução de até 65% na colheita de uva do Rio Grande do Sul. As bandeiras levantadas não chegam a ser uma novidade para Nassar, que esteve reunido com representantes do setor em mais de uma ocasião. Na ausência de uma definição do governo federal sobre o tema, nunca é demais reforçar.
- A gente estranha essa novela que começou na metade do ano passado. A ministra disse que o seguro era prioridade - enfatiza Olir Schiavenin, vice-coordenador da Comissão Interestadual da Uva.
Uma mobilização dentro da Festa da Uva chegou a ser cogitada. Enquanto se desenrolam as negociações, no entanto, Schiavenin avalia que não é o momento para isso:
- Daremos um tempo até o dia 7. Mas não descartamos uma mobilização.
Os prejuízos causados ao arroz Nassar viu de perto quando esteve no Estado, no mês passado. Já houve liberação de recursos para pré-custeio e para a comercialização. A expectativa, agora, é pela liberação de linha de crédito para socorrer produtores atingidos pelas enchentes.
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