No comando das agendas da comitiva gaúcha que tratam de hidrogênio verde aqui no Japão, está o secretário-chefe da Casa Civil, Artur Lemos. Ele mostra o potencial e o interesse do Rio Grande do Sul, enquanto ouve e analisa o que as empresas e investidores japoneses querem para apostar na produção da energia no nosso Estado. Não são bilhões, mas sim trilhões de dólares envolvidos.
O Estado aposta mais no hidrogênio verde como combustível de veículos pesados ou para uso no agronegócio, como fertilizantes?
A mobilidade é importantíssima, porque temos que atuar nas emissões do transporte rodoviário para neutralizar carbono até 2050. Mas precisamos ter os veículos, claro, e uma infraestrutura de abastecimento. Então, para uma primeira planta de hidrogênio, estamos olhando para amônia verde, pelo uso em fertilizantes e pela facilidade de transporte. Estão ainda surgindo navios movidos à amônia. Também olhamos para a o metanol verde, com foco na indústria de biodiesel, que usa hoje metanol 100% importado. A ideia é chegar a um preço que faça sentido a aquisição. Há apelo ainda entre as indústrias de gases que usam oxigênio e hidrogênio na cadeia, pela quebra da molécula.
Na rodada de apresentações, investidores perguntam muito sobre os impostos para os aportes que fariam, inclusive pedindo para dimensionar o incentivo. O que o Estado tem a oferecer?
Já estou falando com o secretário da Receita Estadual, Ricardo Neves Pereira, que está participando dos encontros. Vamos construir um modelo para equalizar os custos de forma que os preços façam sentido. Um incentivo em uma parte da cadeia pode equilibrar o custo maior em outra.
Há ainda o apelo para que o Estado tenha uma Zona de Processamento de Exportação (ZPE), que dá incentivos para as vendas ao Exterior, dando competitividade em relação ao Nordeste para os investimentos altos. Há 12 no país (três ativas), nenhuma no Rio Grande do Sul. Qual a possibilidade de termos?
Nossos congressistas estão trabalhando para isso. O próprio governo do Estado também acompanha. Mas é um caminho difícil, árduo. Precisamos ter uma zona que permita termos incentivos principalmente no nosso porto de Rio Grande.
É via Congresso?
Na verdade, é o apoio do Congresso para que o governo federal compreenda e crie a zona de livre comércio.
Para fazer hidrogênio, é importante ter bastante energia eólica. O setor pede crédito mais barato para o Rio Grande do Sul, pois outros Estados têm o fundo constitucional. Como termos também?
O governador vem lutando dentro da reforma tributária para termos um fundo constitucional. Norte, Nordeste e Centro-Oeste têm.
A coluna faz a cobertura da missão gaúcha à Ásia para Rádio Gaúcha, Zero Hora e RBS TV. Acompanhe aqui o que é publicado em GZH.
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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