Voltou nesta sexta-feira (29) a fabricação de refrigerantes da Coca-Cola Femsa em Porto Alegre, que ficou 30 dias embaixo d'água após a enchente de maio. A reforma exigiu um investimento de R$ 670 milhões, como a coluna já havia antecipado quando a empresa informou ao governo gaúcho que a unidade permaneceria no local, às margens da freeway.
A coluna visitou o complexo no dia dos testes na linha da Coca-Cola 2 litros. Ainda há muitos locais em obra. A retomada, por enquanto, é parcial. O pleno funcionamento é projetado apenas para abril de 2025.
— Cerca de 80% do maquinário foi perdido. Piso e estruturas foram danificados. A água atingiu 2,5 metros. As linhas de produção são caras e reaproveitamos só a carcaça de algumas máquinas. Trocamos todo o resto — conta o diretor de Manufatura da Coca-Cola Femsa Brasil, Vinicius Micai.
— Aproveitamos para modernizar a fábrica. Não se compra mais equipamento da década de 1990, quando a fábrica foi construída. O mais novo já vem com uma tecnologia nova. Isso nos permitirá ampliar a linha de latas de 60 mil para 90 mil unidades por hora — completa.
Em dezembro, a Femsa projeta despachar 1,6 milhão de caixas com bebidas. Já em janeiro, começam a ser produzidos os refrigerantes Fanta, Sprite e Charrua. São seis linhas de produção, que fazem 102 tipos de produtos, entre garrafas pet, retornáveis e latas. O centro de distribuição também foi reaberto. Parte da frota de caminhões é nova, pois muitos veículos foram perdidos na cheia.
No complexo de Porto Alegre, 300 funcionários trabalham na fábrica, 650 no centro de distribuição e mais de 100 no administrativo. Após a enchente, a empresa deu férias para os que podiam receber e chegou a fazer demissões, mas diz que foram pontuais.
— Eram pessoas que não se encaixaram na rotina que tivemos nesses seis meses, que se recusaram a limpar ou que trabalhavam no turno da noite e não podiam vir de dia. Houve casos de pessoas que acharam longe ir para outras operações da Femsa — garante o executivo. — Com a fábrica parada, o coordenador de produção virou coordenador de projeto. O que era coordenador de manutenção, sem as máquinas, passou a ajudar a fazer manutenção civil, predial. A maioria topou o que precisava ser feito — completa.
Terceiro maior da Femsa no Brasil, o complexo tem 90 mil metros quadrados de prédios. Apenas o da administração não foi alagado, por ficar em parte alta do terreno. Foi um dos últimos feitos da Vonpar antes de a unidade ser comprada pela Femsa em 2016. Agora, equipamentos e uma subestação de energia foram elevados. É estudada e construção de muros e diques.
Mais investimentos ainda
A Femsa também anunciou mais R$ 200 milhões de investimentos no Rio Grande do Sul para os próximos cinco anos. O valor será usado para ampliar as fábricas de Porto Alegre e de Santa Maria e também os centros de distribuição em Farroupilha, Pelotas, Santo Ângelo, Passo Fundo e Vera Cruz.
* Coluna com Guilherme Gonçalves
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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