Ainda em um sobe e desce, a produção da indústria do Rio Grande do Sul cresceu 1,9% em setembro sobre agosto, após ter recuado 2,8% no mês anterior. O acumulado de 12 meses ainda tem queda de 1,1%, segundo o monitoramento mensal do IBGE. O Estado oscilou das maiores quedas para as maiores altas do país.
O patamar atual fica em 98,63 pontos. Para se ter em ideia, em maio, mês da enchente, caiu a 73,03 pontos. O nível mais alto foi atingido em setembro de 2008, quando foi a 111,97 pontos. Agora em 2024, porém, as fábricas não conseguiram ainda retornar aos três dígitos.
Presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Claudio Bier tem expectativa de que um empurrão venha da implementação da depreciação acelerada, que permite deduzir mais rapidamente na contabilidade das empresas a compra de equipamentos, máquinas, instrumentos e aparelhos para incorporar ao ativo permanente das empresas. Equivale a uma antecipação do valor a ser deduzido no IRPJ/CSLL (Imposto de Renda de Pessoa Jurídica/Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) e não uma redução da tributação, mas ajuda no fluxo de caixa na empresa.
No mês passado, o governo federal anunciou a primeira etapa do programa de Depreciação Acelerada, permitindo o benefício a 23 atividades econômicas do setor industrial. A lei havia sido sancionada pelo presidente Lula. Os empresários poderão depreciar até 50% do valor dos bens no ano em que forem instalados e mais 50% no ano subsequente.
Um levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgado em julho, mostrou que o maquinário da indústria brasileira tem, em média, 14 anos. Destes equipamentos, 38% estão próximos ou já ultrapassaram a idade prevista pelo fabricante como ciclo de vida ideal. Substituí-los movimenta as fábricas dos chamados bens de capital, que tem presença forte no setor industrial do Rio Grande do Sul.
Setores beneficiados na primeira fase da depreciação acelerada:
- Alimentos;
- Artefatos de couro, artigos para viagem e calçados;
- Produto têxteis;
- Confecção de artigos de vestuário e acessórios;
- Produtos de madeira;
- Papel e celulose;
- Impressão e reprodução de gravações;
- Biocombustíveis;
- Produtos químicos (exceto beneficiados pelo Reiq);
- Farmacêutico;
- Produtos de borracha e plástico;
- Minerais não metálicos;
- Metalurgia;
- Produtos de metal;
- Equipamentos de informática, eletrônicos e ópticos;
- Aparelhos e materiais elétricos;
- Máquinas e equipamentos;
- Peças e acessórios para veículos;
- Equipamentos de transporte, exceto veículos automotores (fabricação de trens, navios e aeronaves);
- Construção de edifícios;
- Móveis;
- Obras de infraestrutura;
- Produtos diversos (material de escritório, guarda-chuva, painéis, letreiros, joalheria, instrumentos musicais, artigos esportivos e outros produtos considerados de produção residual).
O ano de 2024
No acumulado no ano, a indústria gaúcha registrou variação de -0,2%. Os setores que registraram os maiores aumentos, na comparação do acumulado no ano, foram: Fabricação de produtos químicos (21,8%) e Metalurgia (12,1%). Os maiores decréscimos nessa base de comparação foram: Fabricação de produtos do fumo (-12,3%) e Fabricação de máquinas e equipamentos (-23,2%).
Assista também ao programa Pílulas de Negócios, da coluna Acerto de Contas. Episódio desta semana: Novos trechos da Orla, súper raiz de SC, recuperação judicial no turismo e fechamento da Multisom
É assinante mas ainda não recebe a carta semanal exclusiva da Giane Guerra? Clique aqui e se inscreva.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
Leia aqui outras notícias da coluna