Vencido o primeiro turno das eleições, deve destravar a decisão sobre o retorno ou não do horário de verão. O tema é polêmico tanto entre consumidores quanto setores econômicos. O governo federal já tem na mão a orientação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) para que os relógios voltem a ser adiantados em uma hora.
A economia financeira prevista no estudo finalizado há duas semanas é de R$ 356 milhões, além de diluição da sobrecarga do sistema, quando aumenta o consumo no final da tarde, enquanto cai a geração de energia eólica e solar. Desde então, a crise hídrica se agravou e levou a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) a declarar situação crítica no rio Xingu, o que pode paralisar a Usina Hidrelétrica de Belo Monte. O cenário pior indica acionamento das termelétricas, mais caras e poluidoras. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) já determinou bandeira vermelha patamar dois para outubro, encarecendo ainda mais a conta de luz.
A tendência é de que o horário de verão volte e que a decisão seja divulgada nos próximos dias, mas com mudança nos relógios somente após o segundo turno da eleição, ou seja, em novembro. A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Cármen Lúcia, pediu isso ao governo federal, pois atrapalharia a votação. Mas não há tempo hábil para definir somente após o segundo turno.
Quanto à divisão entre os setores econômicos, o exemplo mais emblemático é o dos bares e restaurantes que voltam a pedir pela volta do horário de verão para aumentar a movimentação de clientes neste comércio no verão. Por outro, as companhias áreas reclamam que a decisão deixada para a última hora provocará grande transtorno para remontar escalas e conexões de voos com passagens já vendidas para o horário convencional.
O adiantamento dos relógios em uma hora era aplicado nos seguintes Estados: Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e também no Distrito Federal. O horário de verão foi extinto pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em 2019. Sua volta ou não será definida pelo presidente Lula.
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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