Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com sua outorga em risco (mesmo que baixo) por descumprimento da decisão judicial de derrubar o acesso ao X (antigo Twitter), a Starlink, empresa de Elon Musk, tem 8.348 conexões no Rio Grande do Sul. No total, são 29.615 acessos por satélite no Estado. Os dados foram levantados para a coluna pelo diretor da Associação dos Provedores de Serviços e Informações da Internet (InternetSul), Alexandro Schuck.
Do total de acessos gaúchos à internet por banda larga fixa, a Starlink representa apenas 0,23%. Porém, é usada em locais onde outras conexões não funcionam, especialmente no Interior.
Vice-presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Domingos Velho diz que seu uso é "gigante" nas lavouras, por exemplo, mesmo ainda sendo caro.
— É uma solução de acesso à internet, para emissão das notas fiscais eletrônicas. As outras redes têm sinal péssimo no Interior — diz.
O serviço da Starlink também é usado na logística rodoviária, diz o vice-presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas do Rio Grande do Sul (Setcergs), Diego Tomasi, que tem dois equipamentos na sua própria empresa.
— Transportadoras do agro em regiões mais remotas têm salas com a conexão para organizar a logística. Outro uso é no rastreamento dos caminhões — conta.
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) diz que a retirada da outorga é a sanção mais grave. Até lá, haveria processo administrativo e direito a defesa. Presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Rio Grande (CDL Rio Grande) e empresário da área de tecnologia, Vitor Magalhães pondera que a medida ainda seria "burlável", pois a transmissão é por satélite e antenas, apesar de ser ilegal. Uma medida drástica seria a agência reguladora recolher os equipamentos.
Fora do ar
A suspensão do X foi decretada na última sexta-feira (30), após a rede social de Elon Musk não obedecer a uma ordem judicial que determinava a indicação de um responsável legal no país para responder a eventuais processos. Alexandre de Moraes pediu, então, a suspensão completa e imediata da plataforma, além de estabelecer em R$ 50 mil a multa diária para quem usar os serviços do X com um VPN.
Desde a madrugada de sábado (31), os provedores de internet passaram a cumprir a ordem judicial e restringir o acesso.
Nesta segunda-feira (2), a Primeira Turma do STF decidiu por 5 a 0 pela manutenção do bloqueio da rede social X.
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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