Fechado na pandemia e alagado na enchente, o tradicional City Hotel, no Centro Histórico de Porto Alegre, será reaberto pela rede Fast 10, que assinou contrato de 15 anos com os donos do imóvel. À coluna, o diretor Marciano Schussler disse que já foram investidos R$ 1,8 milhão em reformas e na compra de móveis. A inauguração será em 1º de outubro, mas ainda com metade dos 144 apartamentos.
O contrato foi assinado em fevereiro, antes da enchente. A inauguração seria em junho, mas a cheia atrasou os planos. A parte da recepção teve de ser refeita. A construção de 1950 tem acessos pelas ruas José Montaury, Uruguai e Sete de Setembro. No térreo, há comércios, como lotérica e supermercado, que serão mantidos.
— Trocamos portas, piso, móveis. Refizemos a elétrica e a hidráulica. Estamos muito felizes em assumir o City, que já hospedou até (o ex-presidente) Getúlio Vargas. A enchente não nos desmotivou, confiamos no produto — diz Schussler, que trabalha há quase 30 anos em hotelaria.
A expectativa é estar com todos os apartamentos reformados até novembro, quando o número de funcionários passará de 47 para 90. Até lá, serão investidos mais R$ 1,7 milhão. A ideia é ter um bar no terraço do prédio de 15 andares no futuro. A construção fica ao lado de outro edifício histórico, o União, onde eram realizados programas de auditório da Rádio Gaúcha.
A contadora Cristina Foss, que caminhava pelo local na manhã de quinta-feira (26), relatou que, antes da reforma, a calçada embaixo da marquise do hotel tinha forte do cheiro de urina.
— Não dava para passar por aqui, era perigoso. Tinha gente usando droga — lembra.
A coluna adiantou a novidade a lojistas do Mercado Público, que celebraram, já que o empreendimento fica quase em frente ao centro comercial.
— Será ótimo, trará mais movimento — comemorou Sérgio Lourenço, proprietário da Banca do Holandês.
A rede Fast 10 foi criada em 2018, quando assumiu outro hotel histórico do Centro: o Embaixador, na Rua Jerônimo Coelho. Segundo Schussler, na época, o empreendimento estava com 7% de ocupação média em seus 182 apartamentos. Com as reformas e a implementação de um novo sistema de gestão, em três messes, 72% das unidades estavam ocupadas. O contrato com o Embaixador também é de 15 anos.
— Fizemos o retrofit para atender demandas atuais da hotelaria. Preservamos alguns conceitos, mas modernizamos internamente. Do lado de fora, não mexemos — completa o diretor.
Por enquanto, a ideia é ficar somente com os dois hotéis no Centro Histórico, mas há propostas para assumir outro empreendimento em Porto Alegre e mais um no Rio de Janeiro.
* Coluna com Guilherme Gonçalves
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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