Queda fortíssima nas bolsas asiáticas, da Europa e nos índices futuros do mercado financeiro dos Estados Unidos marcam o início da semana. Ações brasileiras negociadas lá fora também caem 4%. A bolsa de Tóquio desabou 12,4%, maior recuo desde o crash de 1987. A preocupação dos investidores é com a desaceleração e até recessão norte-americana, que é a maior economia do mundo.
Na sexta-feira (2), foi divulgado um aumento acima do previsto da taxa de desemprego no país. Em julho, ficou em 4,3%, o maior índice desde outubro de 2021, período em que ainda se enfrentava o auge da pandemia. No Brasil, está em 6,9%, somente a título de dimensionamento, pois tradicionalmente o mercado de trabalho norte-americano tem desemprego menor do que o brasileiro.
As bolsas desabando servem de pressão para o banco central norte-americano, o Federal Reserve (FED), iniciar a redução do juro. A taxa vem sendo mantida há meses sob o argumento de que a inflação ainda é uma ameaça (sim, a lógica é a mesma daqui do Brasil).
Na semana passada, o presidente do FED, Jerome Powell, já tinha colocado à mesa que o ciclo de corte deveria começar antes do previsto. Além de dar um fôlego à economia dos Estados Unidos - segundo maior mercado das exportações gaúchas, apesar de estar comprando 9% menos -, o corte do juro por lá pode baixar o dólar por aqui, pois a taxa brasileira alta fica mais atrativa para investidores trazerem a moeda para cá. Isso também tira pressão para o Banco Central brasileira voltar a elevar juro.
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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