O governo federal disse ao estadual estar disposto a assumir os custos de batimetria e dragagem dos canais de navegação da hidrovia que liga a região metropolitana de Porto Alegre a Rio Grande. A afirmação foi feita ao secretário Estadual de Logística e Transporte, Juvir Costella, pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). O órgão tem um setor aquaviário em Brasília. A intenção existe, mas, pela informação apurada pela coluna, ainda não há projeto ou recurso separado.
Pela estimativa repassada pela Portos RS ao secretário Costella, com a enchente, o custo da dragagem já atrasada subiu para R$ 450 milhões. É preciso fazer uma nova batimetria, que consiste no levantamento do volume de sedimentos que precisam ser retirados. Ainda em 2022, o governo do Estado liberou R$ 60 milhões para a dragagem, necessária para retirar o material que se depositou ao longo de muitos anos e permitir a passagem de embarcações. A promessa era realizá-la ao longo de 2023, mas se decidiu ampliá-la, o que elevou o custo para R$ 180 milhões. O novo prazo era 2024, mas a chuvarada trouxe um novo cenário, aumentando em 150% o valor.
Primeiro ponto: chamadas de "estradas de água", as hidrovias têm custo financeiro e ambiental muito menor do que rodovias. Não são priorizadas porque não ficam à vista. A própria Defesa Civil já disse que a dragagem minimizaria impactos de cheias. Um transporte hidroviário certamente reduziria o prejuízo econômico de agora com os bloqueios das estradas.
Segundo ponto: não se confunda a dragagem dos canais de navegação com a dos grandes rios, que exige um estudo maior e diferenciado para analisar o potencial de resultado positivo e até negativos eventualmente.
Colaborou Jocimar Farina
É assinante mas ainda não recebe a carta semanal exclusiva da Giane Guerra? Clique aqui e se inscreva.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jaques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
Leia aqui outras notícias da coluna