As incertezas quanto à economia do Rio Grande do Sul após a enchente apareceram por duas vezes na ata do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), na qual traz uma análise mais detalhada da decisão de parar de cortar, mas não elevar a taxa de juro Selic, que ficou em 10,5% ao ano. De um lado, pondera que não se conhece ainda os efeitos econômicos da tragédia nem a intensidade da queda na atividade. O ponto é importante para a política monetária porque a economia gaúcha tem influência nacional, cuja resiliência é boa, mas não deixa de ser fator de alta da inflação, o que exige movimentos cautelosos no juro. Resumindo: é fato de que uma retração no Rio Grande do Sul tira pressão inflacionária.
"(...) há grande incerteza a respeito dos efeitos econômicos da tragédia no Rio Grande do Sul. Permanecem incertezas sobre a intensidade da queda de atividade e sua recuperação subsequente, bem como sobre a diminuição do estoque de capital, causadas pelas enchentes e inundações."
Por outro lado, a inundação afetou plantações, criações de animais, fábricas e logística de alimentos. Na ata, o Copom informa que integrantes do comitê mostraram-se preocupados com a alta de curto prazo nos preços destes itens, grandes influenciadores da inflação.
"Alguns membros mostraram maior preocupação com a inflação de alimentos no curto prazo, destacando não só o efeito das enchentes do Rio Grande do Sul, como também revisões nos preços de alimentos em outras regiões."
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jaques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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