A Ceasa de Porto Alegre retomará a operação na próxima segunda-feira (17) no complexo do bairro Anchieta, que ficou fechado por mais um mês após a inundação. O funcionamento será parcial, iniciando a comercialização às 12h30min, ou seja, somente à tarde. Outros detalhes ainda estão sendo definidos.
— Foi feita uma vistoria e acertado o retorno. Não terá energia elétrica e os horários serão reduzidos. Também não será usado por enquanto o Galpão dos Produtores — explica o secretário Estadual de Desenvolvimento Rural, Ronaldo Santini.
Ele planeja uma cerimônia para o retorno, conforme antecipou à coluna. O espaço passou por uma forte limpeza e também por descontaminação. Mil toneladas de carne e queijo tiveram de ser retiradas por uma empresa especializada.
No relatório desta semana, chamou a atenção da coluna que a batata respondeu por 1,5 mil das mais de 10 mil toneladas de hortifrutigranjeiros comercializadas no primeiro mês da operação temporária em Gravataí. O item, porém, tradicionalmente lidera o ranking, que traz na sequência o tomate longa vida, a batata doce, a laranja de suco, o repolho verde e a bergamota comum.
A inundação da Capital fez o complexo ser evacuado. Foram dois dias úteis sem operar, até que a Farmácias São João cedeu provisoriamente o estacionamento do seu centro logístico na freeway. A área no bairro Anchieta é 10 vezes maior e, por isso, a pressa em retornar a Porto Alegre. Das 311 empresas atacadistas, 102 empresas estiveram presentes em algum momento comercializando na Ceasa provisória, assim como 460 dos 1.570 produtores cadastrados.
Dos 35 produtos analisados, 21 tiveram aumento de preço na comparação com o mês anterior, 11 tiveram baixa e três ficaram estáveis. Segundo o presidente da Ceasa, Carlos Siegle, as altas mais acentuadas foram dos alimentos mais sensíveis e dependentes essencialmente da produção aqui no Estado, como folhosas (agrião, alface, couve-verde e espinafre), brássicas (couve-flor, brócolis e repolho verde) e morango, muito atingidos pela enchente. Trazer itens de outros Estados ajudou a segurar preços e, para o médio prazo, a aposta é em novas plantações, já que essas culturas impactadas têm ciclo curto de plantio.
— Nossos preços estão absolutamente regulares em comparação às outras Ceasas do país, e alguns até bem mais baratos — diz Siegle.
Lembrando que os preços dos hortifrutigranjeiros vinha subindo desde o segundo semestre do ano passado, tanto pelas cheias no Estado naquela época quanto pela seca em outros locais do país. Ambos foram provocados pelo fenômeno climático El Niño.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jaques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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