Muitos consumidores gaúchos estão sem receber produtos comprados ou mesmo sem conseguir adquirir outros pela internet desde que começou a enchente no Rio Grande do Sul. Bloqueios de estradas e o fechamento do aeroporto de Porto Alegre dificultam as entregas. Os Correios, por exemplo, estavam priorizando o transporte de doações, com redução de até 70% na entrega de remessas e correspondências. A coluna traz abaixo a previsão de grandes sites de e-commerce, que usam diversas formas de entrega, como transportadoras próprias e terceirizadas. O material pode seguir sendo atualizado, conforme o posicionamento de outras empresas.
Mercado Livre
O Mercado Livre chegou a restringir vendas para regiões do Rio Grande do Sul e até a bloquear vendedores gaúchos na plataforma. Um centro de distribuição em Porto Alegre foi parcialmente alagado, assim como o acesso a alguns galpões. Motoristas também não conseguiam coletar pacotes com os vendedores. Neste momento, apenas a operação da Capital está afetada e deve ser normalizada até o final da semana. Quem fez compras antes da enchente e ainda não recebeu pode aguardar ou pedir o dinheiro de volta.
"Nas duas últimas semanas, a empresa voltou a coletar pacotes junto aos vendedores localizados nas zonas mais acessíveis e também retomou gradualmente as vendas na plataforma", diz a nota enviada à coluna.
Vendedores gaúchos reclamaram da baixa na sua "reputação" na plataforma (notas dadas por clientes, que impactam novas vendas). O Mercado Livre reafirma que não haverá penalização e que foi "um problema pontual", que será revisado. A orientação é entrar em contato pelos canais disponíveis no aplicativo.
Amazon
Na Amazon, ainda não é possível comprar em algumas cidades do Rio Grande do Sul, como Porto Alegre. No entanto, gaúchos ainda podem vender na plataforma, desde que fiquem responsáveis pelo envio da mercadoria. O centro de distribuição da empresa em Nova Santa Rita segue fechado por tempo indeterminado.
A empresa não quis responder às dúvidas da coluna, mas, em seu blog, diz que as vendas ficarão suspensas até "viabilizar as entregas com segurança e o cumprimento das promessas de prazo". Não é dada previsão. Clientes com produtos atrasados podem aguardá-los ou pedir estorno.
Shopee
A Shopee voltou a operar no Rio Grande do Sul, mas, devido à dificuldade de acessos aos locais, está ampliando o prazo de entrega ou devolvendo o dinheiro para quem faz a solicitação. Vendedores gaúchos ainda estão liberados para comercializar na plataforma. Inclusive, foi criada uma página que destaca produtos que saem do Rio Grande do Sul, com direito a cupom de desconto de R$ 15 para compras acima de R$ 100. O centro de distribuição da empresa em Gravataí está operando com equipe reduzida, já que parte dos funcionários está dispensada por ter sido afetada pela enchente.
Direito do consumidor
O Procon do Rio Grande do Sul diz que, para compras feitas antes da enchente, o consumidor deve entrar em contato com a empresa para uma previsão de entrega. Não havendo, pode pedir reembolso. Não conseguindo, deve registrar reclamação. Já no caso de vendas realizadas após o estado de calamidade reconhecido, o prazo tem que ser cumprido. O direito de arrependimento não foi alterado, permitindo devolução em até sete dias do produto comprado pela internet.
Colaborou Guilherme Gonçalves
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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