Desde que comecei a viajar como mochileira, ficava impressionada ao visitar lugares que conviviam com fenômenos da natureza ou guerras. Prédios com bunkers para proteção, estruturas elevadas para enchentes frequentes, equipamentos na garagem para nevascas e até placas para rota de saída em caso de erupção do vulcão dividindo lugar como o menu do dia no restaurante.
Parecia tão longe do lugar onde eu vivia. Sentia a adrenalina da viagem, mas tinha a certeza de que voltaria a um lugar seguro. Só que aqui não é mais assim e isso precisa ser internalizado pela sociedade e pelo poder público. Evacuações de prédios, bairros, cidades e regiões estão ocorrendo com poucos meses de diferença. A evacuação do trabalho nessa segunda-feira (5) me lembrou março de 2020, quando começou a pandemia. Olhar a água nas ruas fez recordar as minhas idas ao Vale do Taquari no ano passado. Após cheias de 2023, a Capital começou o ano com um temporal fortíssimo.
Por enquanto, caio na superficialidade de dizer que são necessárias políticas públicas, replanejar cidades e repensar até os edifícios e casas nos quais moramos. Após a urgência que o momento exige, aprofundaremos mais isso. E falando em urgência: saia de casa quando as autoridades orientarem. Não espere para ser resgatado no telhado.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@diariogaucho.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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