Tivemos um bom início de ano na economia gaúcha. Depois de já crescer no primeiro mês, o Índice de Atividade Econômica Regional do Rio Grande do Sul (IBCR-RS), calculado pelo Banco Central e considerado uma prévia do PIB, avançou 6,3% em fevereiro sobre janeiro. Foi o melhor desempenho do país, segundo o comparativo feito pelo economista-chefe da Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL POA), Oscar Frank. Ele observa o peso que começa a aparecer do agronegócio. O Estado terá safra de verão cheia após duas estiagens consecutivas.
— Há indícios de retomada da economia gaúcha com esta safra — diz.
Puxados por queda de desemprego e reajustes salariais, varejo (+0,5%) e serviços (+0,3) tiveram mais um mês de crescimento em fevereiro. A indústria, que não vinha bem, teve um salto de 9,4%. O resultado fora da curva, porém, ocorreu devido ao refino de petróleo, com a retomada da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), unidade da Petrobras em Canoas, após a parada de manutenção. Aguardemos os próximos meses para saber se não foi algo pontual.
Há apreensão quanto ao impacto da alta de petróleo e dólar, além da flexibilização da meta fiscal pelo governo federal, no plano de corte do juro pelo Banco Central. Era a aposta para engatar um ano melhor. Frank, da CDL, ainda acredita que a taxa Selic cairá dos atuais 10,75% para 9,75% ao ano. No Rio Grande do Sul, também há receio quanto ao impacto do aumento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) pelo governo gaúcho.
Em tempo: em 12 meses, o IBCR-RS acumula alta de 2,8%. A média nacional do indicador do Banco Central avançou um pouco menos: +2,3%.
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@diariogaucho.com.br e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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