Piora o cenário de exportações e importações do Rio Grande do Sul. O comércio exterior gaúcho vinha sofrendo com a crise da Argentina e, agora, passou a ter queda também nos negócios com Estados Unidos e China. O resultado fez o Estado cair da 6ª, em 2023, para a 7ª posição entre os exportadores brasileiros. No primeiro trimestre de 2022, ficava em 5º.
O primeiro trimestre de 2024 fechou com recuo de 17,2% nas exportações, na comparação com o mesmo período do ano passado. Foram embarcados US$ 4,2 bilhões. Fumo foi o principal produto, com um pequeno aumento de 2%. Na sequência dos mais vendidos, estão trigo, que caiu 28%, e farelo de soja, com redução de 19%.
O principal destino segue a China, que comprou 3,3% menos no trimestre. Ela responde por 16,2% das exportações, mas já chegou a abocanhar 40% do que o Rio Grande do Sul vendia ao Exterior. O país asiático está crescendo menos, além de mudar seu modelo econômico para substituir importações.
Em segundo lugar, estão os Estados Unidos, que vinham ganhando espaço entre os destinos, mas fecharam o trimestre comprando 11,1% menos aqui do Estado. E em terceiro, está a Argentina, que ainda nem pagou mercadorias enviadas no ano passado. Nos primeiros três meses do ano, importou 19,4% menos em produtos gaúchos.
A importação também é um indicativo importante da economia do Estado, pois os setores econômicos usam muitos insumos trazidos de fora, e ela acumula queda de 22,4% em 2024, para US$ 2,9 bilhões. No topo do ranking do que compramos, petróleo bruto caiu 47% e fertilizantes recuaram 33%. Argentina ainda é a principal origem, com uma fatia de 24,2%.
Qual a expectativa? De que a entrada da safra cheia melhore o cenário do agronegócio e que a economia argentina esboce reação nos próximos meses. O aumento do petróleo e a trava no corte do juro, porém, podem complicar.
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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