A programação de 2024 para a economia está sendo interrompida para adaptar-se à alta do dólar (que encosta nos R$ 5,20 hoje) e do petróleo (que belisca os US$ 90 o barril). Ambos já vinham subindo, alta que agora se firma com as tensões no Oriente Médio.
Os Estados Unidos já estavam adiando sua expectativa de cortar o juro, pois a desinflação não está acontecendo como o esperado. Com um reajuste de combustíveis batendo à porta, a situação fica ainda mais delicada.
O mesmo vale para o Brasil, onde a Petrobras vem segurando escancaradamente a pressão para aumentar gasolina e diesel nas refinarias. Além disso, a demora no corte do juro norte-americano desvaloriza mais o real, sendo outra pressão de inflação.
Isso impacta a decisão do Banco Central aqui de corte de juro. Na última reunião, já tinha deixado de garantir a segunda redução da Selic em 0,5 ponto percentual, reforçando que estava de olho no cenário internacional. Tem ainda o receio permanente de gastos acima do esperado nas contas públicas brasileiras.
Instituições financeiras revisam suas projeções. Dos 9% que se apostava para o juro no final do ano, já se fala que os cortes irão somente até 10%.
Isso atrapalha o crédito para investimentos e consumo, além de dificultar a redução da inadimplência.
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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