Um salto surpreendeu na produção da indústria do Rio Grande do Sul em fevereiro. O aumento foi de 9,4% sobre janeiro e de gigantes 18,3% na comparação com fevereiro do ano passado. O patamar chegou a ficar acima do pré-pandemia. A elevação, porém, foi muito concentrada na atividade em derivados de petróleo e biocombustíveis. Tratou-se, essencialmente, da retomada da produção na Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), unidade da Petrobras em Canoas, observa o economista-chefe da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Giovani Baggio. A operação passou, em 2023, pela sua maior parada de manutenção da história.
Baggio também observa uma contribuição para o crescimento vinda da indústria do fumo. Os dois setores são muito impactantes na economia do Estado, mas os resultados são pontuais, sem capacidade de sustentar o crescimento ao longo dos próximos meses e reverter o corte intenso de produção dos últimos anos feito pelas fábricas gaúchas. O acumulado de 12 meses ainda traz uma queda de 2,2% no Rio Grande do Sul, enquanto a média nacional avançou 1%.
O alerta fica ainda para o desempenho bastante negativo das indústrias de máquinas e equipamentos, que sentem o juro alto e a falta de investimento por outras fábricas e pelos produtores rurais. A produção de alimentos e bebidas também segue com resultado pífio. É importante que estes ramos reajam para que a indústria gaúcha consiga parar de patinar. A redução do juro e o aumento de consumo previstos para 2024 tendem a ajudar nisso, mas a proposta de aumento do ICMS no Rio Grande do Sul e a pressão internacional para elevação dos combustíveis são obstáculos.
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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