O jornalista Paulo Rocha colabora com a colunista Giane Guerra, titular deste espaço
Desde julho do ano passado, buracos surgiram no trecho 1 da orla do Guaíba. Eles fazem parte de um processo de erosão causado pela água da chuva. Os estragos ocorreram na região dos deques de madeiras, que chegaram a ser interditados. Ainda há placas sinalizando o risco de acidentes, porém, agora, os acesso às estruturas estão liberados, mesmo sem qualquer reparo feito.
— Tenho medo de passar por aqui (nos deques). Antes, sempre estendia minha caminhada para os deques, mas agora evito, vou só pela calçada — diz a aposentada Lurdes Alves, moradora do Centro Histórico que frequenta a Orla diariamente.
O cenário piorou após as fortes chuvas no mês de dezembro. Em um dos deques, sequer há sinalização sobre os buracos. À coluna, a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura (Smoi) não deu prazo sobre quando fará os reparos.
"A equipe técnica da Smoi está em estudo de projeto para realizar uma intervenção no local que traga uma qualificação, de forma a não danificar tanto pelo impacto decorrente das águas. Ressaltamos que o caso se trata de uma situação decorrente das águas", respondeu a pasta através de uma nota.
Professor e engenheiro especialista em Patologia das Construções da Unisinos, Bernardo Tutikian diz que caso a passarela esteja fixada de forma mais profunda, que é o esperado de um projeto como esse, não haveria risco. Seria um problema problema estético. Porém, caso esteja fixada mais superficialmente, pode trazer riscos para quem anda em cima das estruturas de madeira.
— Erosão é um processo simples. Basicamente, é o transporte do solo através da água. Neste caso, muito provavelmente, a água da chuva, que vai transportando esse solo superficial do ponto mais alto para o mais baixo — diz Bernardo Tutikian.
— Consequentemente, também é muito simples de resolver. Basta eles (prefeitura), recolocarem o solo no ponto que precisa estar. A vegetação ajuda muito, então pode ser feita uma cobertura vegetal, com grama, plantas — sugere.
Evento no local
Apesar da interdição, que ainda ocorria no mês de novembro, com placas sinalizando sobre o risco de pisar no local, foram montadas estruturas para o evento Na Beira, organizado pelo Grupo Austral com o espaço cedido pela GAM3 Parks, concessionária responsável por cuidar do espaço.
Lojas temporárias e palcos foram instaladas em cima do piso que está cedendo. Para tapar os buracos, foram colocadas britas. Depois que as estruturas foram retiradas, a grama ficou com marcas e mais buracos surgiram como mostram as imagens abaixo:
Colaborou Guilherme Gonçalves
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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