Novamente, a economia do Rio Grande do Sul fechou um ano com desempenho pior do que o do país. Considerado uma prévia do PIB, o Índice de Atividade Econômica Regional do Rio Grande do Sul (IBCRRS), calculado pelo Banco Central, cresceu 2,1% em 2023, contra 2,4% na média do nacional. No ano anterior, em 2022, havia apontado queda de 1,2% contra um avanço de 2,8% do país.
Pelo comparativo dos dados do Banco Central elaborado pelo economista-chefe da Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL POA), Oscar Frank, o Rio Grande do Sul teve o terceiro menor crescimento econômico do país, superando apenas Ceará (+1,2%) e São Paulo (+1,4%). Paraná teve o maior crescimento do país: +7,8%.
- Seguimos com dificuldade de avançar de forma sustentada, especialmente pelo excesso de chuva de setembro e outubro - analisa Frank, lembrando que foi, novamente, um ano com estiagem no Estado, mesmo que menos intensa do que a de 2022.
Entre os indicadores setoriais calculados pelo IBGE e usados pelo Banco Central, destaque negativo para a produção da indústria, que tombou 4,7% no ano passado. O setor tem apostado na volta de investimentos e na queda do juro para um 2024 melhor.
Por outro lado, os demais setores tiveram desempenhos positivos. Os serviços avançaram 4,4%, com destaque para informação e comunicação. O varejo também fechou com crescimento, apesar da queda de dezembro, o que surpreende por ser mês de Natal. No ano, o volume de vendas das lojas gaúchas foi 2,3% maior.
Atividade econômica do RS
- Dezembro sobre novembro de 2023: +0,3%
- Dezembro de 2023 sobre dezembro de 2022: +0,3%
- Último trimestre sobre o terceiro de 2023: -0,8%
- Acumulado de 2023 sobre 2022: +2,1%
E 2024?
O economista Oscar Frank menciona documento recente do Banco Central prevendo desaquecimento da economia. Porém, outros indicadores apontam "resiliência" da renda das famílias, como taxas baixas de desemprego e aumento do salário mínimo acima da inflação.
- Com as reformas aprovadas recentemente, o PIB tem condições de subir 2% em 2024 - diz o economista. Nesta terça-feira (27), o relatório Focus trouxe uma melhora na projeção do mercado para a economia, elevando a previsão de 1,6% para 1,68%.
A melhora no emprego e na renda também é apontada como boa base para 2024 por Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva, que faz pesquisas com foco em comportamento de consumo:
- Os consumidores estão mais otimistas. A redução do juro melhora crédito e a inadimplência cai no médio prazo. Temos queda no desemprego. A cesta básica caiu e quanto menor estiver, mais dinheiro sobra para o comércio. Por fim, temos aumento real do salário mínimo e dos programas sociais. O consumidor da classe C recebe esse dinheiro e vai gastar no pequeno varejista do bairro. Aumenta o consumo de baixo para cima.
É assinante mas ainda não recebe a cartinha semanal exclusiva da Giane Guerra? Clique aqui e se inscreva.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
Leia aqui outras notícias da coluna