Sem resultado concreto, mas com um pouco de esperança, assim representantes das maiores empresas gaúchas atingidas pelas enchentes de setembro e novembro passados saíram de uma reunião na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Rio de Janeiro, nesta segunda-feira (5). A expectativa é destravar o crédito subsidiado que chegou a ser anunciado pelo governo federal logo após a primeira tragédia. Até o momento, chegou recurso para pequenas empresas, por um Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) já encerrado, e para pequenos agricultores. Porém, as maiores empregadoras, especialmente do Vale do Taquari, ainda não receberam a injeção financeira.
Presidente da Associação Comercial e Industrial de Encantado (ACI-E), Ângelo Fontana selecionou o grupo de empresas, que apresentaram ao banco um dossiê de crise individual relatando seus prejuízos, quanto precisariam de dinheiro e no que aplicariam, como, por exemplo, reconstrução, equipamentos ou capital de giro. A taxa oferecida na proposta ainda do final do ano passado, de 1,75% ao mês, é a da linha básica do BNDES e alta para a atual situação das empresas. Lembrando que chegou a ser prometido crédito a juro zero.
— Esperamos ter agora uma atenção e apoio efetivo para retomar a atividade plena das empresas. O governo reconhece que prometeu, mas destinou muito pouco apoio e recurso às maiores empresas atingidas — diz o empresário.
As empresas que participaram do encontro foram: Dália (Encantado), Fontana (Encantado), Lajeadense Vidros (Lajeado), STW (Lajeado), Carrer Alimentos (Encantado), Couros Bom Retiro (Roca Sales e Muçum), Bom Frango (Venâncio Aires), MAC Pavimentações (Lajeado), Vinagres Prinz (Lajeado), Oderich Alimentos (São Sebastião do Caí) e Serraria Madepalmas (Roca Sales). Elas pediram também alongamento de empréstimos já em andamento. Após uma conversa geral, cada empresa reuniu-se individualmente com diretores do BNDES. O banco prometeu analisar caso a caso e retornar para informar as medidas passíveis de apoio.
Quanto resolveria
Em documento enviado à direção do BNDES ainda no início de janeiro, a Federasul pediu financiamento com juro fixo de 5% ao ano, três anos de carência e 10 para amortização, com limite de até R$ 50 milhões por CNPJ. A soma necessária, segundo a entidade, seria de R$ 330 milhões para o Vale do Taquari e R$ 37,5 milhões para São Sebastião do Caí, viabilizando a atividade econômica de 16 empresas.
Tributos a reaver
Também ainda sem sucesso, os empresários seguem pedindo agilidade na liberação de créditos tributários às indústrias que têm decisões judiciais que determinem a devolução. A Receita Federal já respondeu sobre esse assunto, dizendo que o pagamento tem que ser feito por precatórios, não cabendo ao órgão fazê-lo por via administrativa. Quanto aos pedidos sem decisão judicial, garantiu ter dado prioridade à análise de casos das regiões atingidas pelas cheias.
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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