O jornalista Paulo Rocha colabora com a colunista Giane Guerra, titular deste espaço
Promessa aos moradores do Vale do Taquari atingidos pelas enchentes do início de setembro, a construção de moradias temporárias chegou a 20%. É o que diz o Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-RS), que junto com o governo do Estado e as prefeituras conduz o processo. Os imóveis devem ser entregues até o final de março, seis meses após os eventos climáticos.
Das cidades do Vale do Taquari atingidas pelas enchentes, apenas Roca Sales e Arroio do Meio estão erguendo moradias temporárias. São 20 em Roca Sales e 28 em Arroio do Meio. Cabe ao Sinduscon-RS fazer a intermediação com empresas do setor, que doam materiais.
— Teve uma demora muito grande (para começar) devido à escolha dos terrenos e à entrega deles terraplanados, com água e energia elétrica. Foram liberados no início de dezembro — justifica Claudio Teitelbaum, presidente do Sinduscon-RS.
O método construtivo dos imóveis mescla blocos de concreto, doados pela Tecmold, e módulos metálicos em aço galvanizados, fornecidos pela Quick House. Neste caso, as paredes chegam quase prontas. Outras empresas já doaram louças, metais e cimento.
Ponto de polêmica após questionamento do Ministério Público, as casas temporárias foram ampliadas. Inicialmente teriam 18 metros quadrados, alterados para 21 metros quadrados. A habitação é um módulo com quarto, sala e banheiro para até três pessoas.
Prefeitos de outros municípios justificam o tempo de espera como motivo para não aderirem ao projeto. Nestas cidades, optou-se por encaminhar a construção de casas definitivas, através de recursos federais, como Minha Casa Minha Vida.
— Não valia a pena gastar uma energia gigante numa casa temporária — avalia o prefeito de Lajeado, Marcelo Caumo.
No município, 300 famílias recebem aluguel social e aguardam pelas casas definitivas, que ainda serão construídas em seis bairros. A previsão de entrega dos imóveis é 2026.
Lajeado e Encantado são as mais adiantadas no quesito casas definitivas. Mas ainda há cidades que sofrem com a definição de áreas. Elas contam com a flexibilidade da União.
— Não adianta só ter o terreno, tem que ter água, luz, posto de saúde e escola. Pedimos ao governo federal para reduzir ao máximo as exigências, para que se pudesse acelerar a qualificação dos projetos — explica o secretário estadual de Habitação, Carlos Gomes.
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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