Morar em Portugal é o sonho de muitos brasileiros, e continua sendo até hoje. O país - e a Europa como um todo - enfrenta desafios, como escassez de energia e uma inflação com a qual não está acostumado. Natural de Ibirubá, Ana Maria Ribeiro da Silva foi para a Alemanha em 1989, onde conheceu seu marido, que é português e a convenceu a mudar-se para seu país, onde são, hoje, empreendedores.
O casal é dono do Café Brasil 2001. Ao podcast Nossa Economia, de GZH, Ana contou das dificuldades enfrentadas na pandemia, quando teve que manter o negócio fechado por, no total, seis meses.
— Foi um momento difícil, tivemos pouco apoio do governo. Não pagamos aluguel e tínhamos uma reserva (financeira). Se não, seria muito difícil se manter — lamenta a gaúcha, que mora em Oliveira de Azeméis, a 45 quilômetros da cidade do Porto — No nosso ramo, não podemos ficar mexendo nos preços. Se aumentar, vende menos, porque o poder de compra diminui. Tem coisas que estamos suportando. Nossos lucros baixaram muito — diz ela, sobre conduzir o negócio com inflação.
Ana diz que, assim como no Brasil, também há burocracia para abrir e manter um negócio em Portugal. O país também vive com elevação do juro para conter inflação, política monetária igual à brasileira. Para os brasileiros que desejam se mudar para Portugal, talvez pela facilidade do idioma, a empresária diz que o momento não é bom:
— Quando vem, a pessoa ganha o ordenado (salário) mínimo e o aluguel é muito caro. Se for um casal, um ordenado vai só para o aluguel. Com o resto, para sobreviver, não dá. Essa é a realidade hoje em dia — diz.— Aumentou muito o fluxo nos últimos meses, de brasileiros, árabes e indianos. Neste momento, há poucos imóveis para alugar e o que tem é muito caro, subiu em 200% o valor — conclui.
Colaborou Guilherme Gonçalves
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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