Quem diria, mas o etanol volta a atrair a atenção dos motoristas. Tendo chegado a superar R$ 5, o preço do também conhecido como álcool combustível está, em média, a R$ 4,49 o litro no Rio Grande do Sul, segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP). É o menor patamar em pouco mais de um ano.
O motivo é a ótima safra de cana-de-açúcar. O setor sentiu pouco o El Niño e o tempo seco ajudou na colheita. A moagem aumentou 14%, o que elevou em 10% a produção de etanol anidro (misturado à gasolina) e em quase 23% a do hidratado (usado para abastecer o veículo). A pesquisadora do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/USP), Ivelise Calcidoni destaca ainda o aumento superior a 40% na produção de etanol de milho.
Nas usinas do Sudeste, as quedas de preço já são registradas há quase dois meses. O Rio Grande do Sul compra de lá, já que produz pouquíssimo do que consome.
Para abastecer
O taque dos carros flex voltará a receber etanol? Depende. A coluna até encontrou o litro a R$ 3,95, mas ainda não ficou abaixo de 70% do preço da gasolina no posto em questão. Considerando a diferença de rendimento no motor, este é o patamar para valer a pena financeiramente optar pelo combustível. Pelo aspecto ambiental, o etanol é renovável, enquanto a gasolina é do petróleo, ou seja, de origem fóssil.
Como calcular?
Divida o preço do etanol pelo da gasolina. Para o álcool valer a pena, o resultado precisa ficar igual ou abaixo de 0,7.
Na gasolina
A queda no preço do etanol anidro é para ter reflexo também na gasolina, pois a mistura é obrigatória. Presidente do sindicato que representa os postos de combustíveis (Sulpetro-RS), João Carlos Dal'Aqua afirma que o setor espera este repasse por parte das distribuidoras.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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