É uma afirmação não usual de ouvir de empresários, mas o CEO da fabricante de armas Taurus, Salesio Nuhs, garantiu que a empresa demitirá mais funcionários até o final do ano, mas não disse quantos. Segundo ele, já houve 350 dispensas em 2023. É o mesmo número que havia informado em agosto, então não ocorrem mais desde então. Na fábrica de São Leopoldo, no Vale do Sinos, a companhia dará férias coletivas em dezembro, o que já fez no ano passado.
No local, foi instalado um complexo em investimento de R$ 110 milhões anunciado em 2020. A Taurus afirma que os seis prédios estão ocupados por três fornecedores. À coluna, Nuhs afirmou que não há a intenção de deixar o país, apesar do descontentamento com os governos recentes. No anterior, de Jair Bolsonaro, a briga era com a facilidade para importar armas e munições. Agora, no de Lula, o problema está na demora da regulamentação do decreto que mudou regras para venda.
— O governo definiu o que você pode comprar mas não definiu como comprar. Tem uma demanda extremamente represada — diz, afirmando que já teve 3,5 mil funcionários, mas está com 2,8 mil.
Com ações negociadas na bolsa de valores, a Taurus divulgou ao mercado lucro líquido de R$ 26 milhões no terceiro trimestre. Foi resultado positivo, mas 74,8% abaixo do que no mesmo período do ano passado.
Fábricas internacionais
Além de São Leopoldo, a Taurus tem fábrica nos Estados Unidos e começa a operar em janeiro na Índia. Também estuda abrir uma outra fábrica na Arábia Saudita.
— Na Índia, não é só uma fábrica, é um projeto de transferência de tecnologia para o governo indiano, por intermédio de uma joint venture com uma empresa privada indiana. Nosso projeto na Arábia Saudita é parecido.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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