Após cinco meses em queda, a comida, que tem evitado alta da inflação, aumentou de preço na pesquisa do IBGE. Na região metropolitana de Porto Alegre, o custo da alimentação no domicílio subiu 1,2% em 30 dias. Parece pouco, mas é cinco vezes a inflação geral do período. A expectativa é de que seja pontual.
A alta ocorre em alimentos in natura, que oscilam mais de preço, podendo voltar a cair em breve. Já os industrializados, como leite e queijo, continuam caindo, o que, por outro lado, preocupa o produtores.
Entre os que mais aumentaram, estão cebola (49,97%), batata (9,35%) e frutas (5,57%), especialmente laranja (21,67%), morango (16,31%) e mamão (8,42%). Presidente da Ceasa, Carlos Siegle relata que o calor em regiões do país antecipou colheitas, enquanto as enchentes adiaram no Rio Grande do Sul.
— O efeito do El Niño nos hortigranjeiros é uma análise que estamos fazendo em todo o país — diz.
A perspectiva é de que frutas atrasadas comecem a chegar em dezembro ao mercado, como pêssego e melancia. Quanto à cebola, lembra que a produção em locais, como São José do Norte, sofreu com a chuva.
Usina no plano
Aliás, a Ceasa quer uma usina para transformar em energia suas 55 toneladas diárias de resíduos orgânicos. Segundo o presidente Carlos Siegle, é estudado se seria instalada e operada pela instituição ou por terceiros, talvez como parceira público-privada (PPP). Enquanto isso, aceita propostas de interessados para análise.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
Leia aqui outras notícias da coluna