Idas e voltas. O nome do antigo bar Líder, que funcionou em Porto Alegre de 1952 a 2010, retornará ao circuito boêmio. Ele será usado, aliás, na volta de um ponto conhecido, com a reabertura de um restaurante no imóvel que era ocupado pelo Champanharia Ovelha Negra - que virou Champanharia 609 - na Rua Duque de Caxias, mas foi fechado em 2021, no auge da pandemia. O novo administrador avisa que manterá a proposta de servir espumantes, mas acrescentará chope e drinques, além de comidas alemãs.
— Vamos trabalhar com a memória afetiva das pessoas. (O Champanharia) era muito conhecido, e o Líder também, um bar que durou muito tempo. Recebia, inclusive, muitos jornalistas ali na (Avenida) Independência com a (Rua) Barros Cassal — conta Álvaro Lisot, que comprou a marca Líder e também é dono do bar Insano, no bairro Cidade Baixa.
O casarão de 120 metros quadrados foi construído em 1927 no encontro da Duque com a Rua Bento Martins, em uma parte mais alta do Centro Histórico. Após o fechamento do Champanharia, o imóvel foi colocado à venda por R$ 750 mil. Em pouco tempo, foi comprado por um comerciante local, que agora aluga para Lisot. O espaço está em obras, e a previsão é inaugurá-lo até janeiro. A ideia é ter mesas amplas no mezanino, deixando o primeiro andar para o bar, com um balcão. Serão 60 lugares para clientes, que serão atendidos por sete funcionários.
Pouca coisa do local será reaproveitada. Como a casa estava fechada há dois anos, o imóvel precisou de vários consertos. Há vazamento, o telhado criou buracos, móveis de madeira foram atacados por cupins e o piso apodreceu, como a coluna verificou quando esteve no local (veja na galeria acima). Mesas, balcões e cadeiras serão trazidos da antiga unidade do Líder. O investimento para reformar a casa, de R$ 200 mil, será dividido com o dono do imóvel.
O casarão
A partir da sua construção e durante décadas, o casarão abrigou o Armazém Pimenta. Além dos moradores do bairro, tinha entre os clientes políticos como Borges de Medeiros e Flores da Cunha, por ficar próximo do Palácio Piratini e da Assembleia Legislativa. O negócio começou com venda de secos e molhados, mas com o passar do tempo e a chegada dos supermercados, o filho do fundador, Ivo, mudou a proposta e transformou o espaço em uma ferragem.
Colaborou Guilherme Gonçalves
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br) Leia aqui outras notícias da coluna