Lá em Alagoas, no Nordeste, o missionário José Nunes assistiu a imagens da enchente no Vale do Taquari e sentiu o que diz ser um chamado de Deus. Convidou familiares e vieram de carro ao Rio Grande do Sul para atuar como voluntários, separando roupa, fazendo instalação elétrica ou reformando móveis. Vivian Grabin é de Roca Sales, mas mora em Esteio. Ela tirou férias para ajudar no que a cidade precisasse. A Serra “desceu em peso”, dizem moradores. Bombeiros do Paraná foram abrigados na casa do dono de uma pousada lotada. Paulinho Peres é empresário e junto com mais de 100 empreendedores ficaram dias indo e voltando para fazer trabalho braçal de limpeza.
Estes são alguns dos relatos que me recordo agora, mas que representam todos os voluntários que ajudaram e ainda ajudam na reconstrução do Vale do Taquari. Não foi só remover lama ou recolocar portas. Eles levaram esperança. Agora, quando o hospital, as empresas e as casas começam a tomar forma e reabrir, escuto dos moradores que a força veio dos voluntários. Não foram um nem dois que me disseram ter pensado em desistir de tudo. Era muita água, lama e destruição. Mas aí, acordaram nos dias seguintes com as ruas repletas de voluntários e pensaram: “Se eles estão aqui por nós, como é que nós mesmos não vamos lutar?!”
— Eles deram aquele calor no coração, sabe? — disse à coluna o morador André Machado, massageando o peito, enquanto escolhia algumas roupas nas montanhas doadas e que estavam sendo organizadas no clube da cidade… por voluntários.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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