A partir de terça-feira (5), o diesel recolherá R$ 0,1024 a mais de Pis/Cofins, pois ocorrerá a volta parcial da cobrança do imposto. E vem mais por aí. Em outubro, novas alíquotas trarão mais um impacto, mas será pequeno, de R$ 0,0187. Para janeiro, está prevista a cobrança completa, com mais um aumento de R$ 0,206, calcula a Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis).
Se for repassado integralmente pelos postos, este seria o impacto no litro vendido na bomba. A decisão depende de cada estabelecimento, conforme seus custos e margens, além da concorrência. Pela última pesquisa da Agência Nacional do Petróleo (ANP), o litro do diesel S10, menos poluente, estava custando R$ 5,99 na semana passada, na média do Rio Grande do Sul.
- O retorno era para ser no final do ano e o governo antecipou (para bancar os incentivos à venda de carros). O anterior zerou o imposto dos combustíveis na pandemia, pois o preço estava muito elevado. O imposto da gasolina já tinha voltado e o do diesel ainda não - explica o presidente da Sulpetro (sindicato que representa os postos), João Carlos Dal'Aqua.
O combustível disparou no ano passado, logo após o início da guerra, pois a Rússia é grande fornecedor. Depois, caiu e, mais recentemente, voltou a subir. Há, inclusive, escassez no mercado, pois a Petrobras, apesar do último reajuste, está vendendo bem abaixo do Exterior. Então, distribuidoras evitam importar, que é mais caro, e esperam para comprar da petroleira brasileira, que não consegue suprir as encomendas. Diretamente, o diesel impacta pouco no IPCA, que é a inflação oficial do país, mas ele tem reflexo indireto (e forte), pois movimenta o transporte de cargas.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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