Após ter zerado o imposto de importação de 60% sobre compras até US$ 50, o governo federal está propondo a volta, mas com alíquota intermediária de 20%. A concorrência com sites estrangeiros, especialmente asiáticos, preocupa o varejo e indústria. Ao programa Acerto de Contas, da Rádio Gaúcha, o presidente da gigante calçadista Beira Rio, Roberto Argenta, disse que a empresa está em "stand by" até que o cenário se defina. Confira trechos abaixo e ouça a íntegra no final da coluna.
Já percebem impacto?
Sem dúvida. O segundo semestre seria o que vende mais calçados, mas a venda está se arrastando. Acontece que contratamos menos gente, nossos fornecedores contratarão menos, o governo arrecadará menos impostos. É uma cadeia. O consumidor quer comprar mais barato, mas precisa, em primeiro lugar, do emprego. O calçado gera emprego para marido, esposa e filhos. Não tenho nada contra ajudarmos a empregabilidade na China, mas primeiro no Brasil.
Qual seria a alíquota para uma concorrência equilibrada?
No mínimo, 40%. Queremos que os produtos que vêm de fora paguem os mesmos impostos que pagamos no Brasil. Não queremos nada especial. Só igualdade tributária para podermos competir.
Os planos da Beira Rio mudaram com a portaria?
Tínhamos projetos para aumentar. Atuamos em seis municípios. Temos mais de 15 mil empregos em empresas terceirizadas. Agora, estamos em stand by, esperando que o mercado reaja. Como que eu vou reduzir meus preços na fábrica? Eu preciso ter escala de produção.
Assista ao vídeo da entrevista:
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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