O Tribunal de Contas da União (TCU) arquivou o processo de extinção da fábrica de chips de Porto Alegre Ceitec, o Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada. O órgão analisava a liquidação da companhia, iniciada no governo de Jair Bolsonaro. No início de 2023, porém, com a posse do presidente Lula, a empresa foi retirada dos programas Nacional de Desestatização e de Parcerias de Investimentos.
"Considerando a reversão dos procedimentos de desestatização da empresa, cabe declarar a perda de objeto dos presentes autos e arquivar o processo, sem prejuízo de esclarecer que as medidas adotadas para reestabelecimento das atividades do Ceitec podem ser objeto de avaliação em outros", diz o voto do relator ministro Walton Alencar Rodrigues.
Vinculada ao MCTI e criada em 2008, a Ceitec atua no desenvolvimento e na fabricação de semicondutores. No governo de Jair Bolsonaro, a empresa foi incluída em programa para ser privatizada. Como não houve interesse, um decreto autorizou a sua extinção em 2020. Em 2021, a liquidação foi paralisada para análise do TCU. Em janeiro de 2023, porém, o governo Lula instituiu um grupo de trabalho interministerial para analisar a reversão do processo de desestatização e liquidação da Ceitec.
Em entrevista recente ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, o novo gestor da empresa, Augusto Cesar Gadelha Vieira comparou a produção de chips com o boom do petróleo no século 20, e disse que a contribuição da Ceitec vai além dos lucros.
— A contribuição efetiva para o país deve ser representada não somente em termos financeiros de lucro, mas também fazer com que recursos humanos extremamente qualificados sejam gerados no país. Com isso, poderemos atrair empresas de todo o mundo para o setor de semicondutores e microeletrônicos. É a missão da Ceitec desde a sua origem. Ela não é apenas uma empresa para gerar produtos, mas também para formar uma competência nacional na área — falou.
Relembre a entrevista na íntegra:
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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