Com o desconto anunciado e a expectativa (praticamente uma cutucada no anúncio) do governo federal de que as montadoras ofereçam bônus, espera-se carro em torno de R$ 60 mil ou até menos. O montante representa cerca de 45 salários mínimos atuais. Já se precisou menos para comprá-lo. Há alguns anos, antes da disparada dos insumos com a pandemia e a guerra, eram pouco mais de 30 e agora, antes do programa, em torno de 50. Recorro à pesquisa do colega Leandro Staudt para relembrar quando custava o carro popular quando foi lançada em 1993.
Em 23 de agosto de 1993, no relançamento, o Fusca chegou ao mercado custando Cr$ 600 mil, o que correspondia a 108 salários mínimos daquele mês. Em outubro do mesmo ano, o Mille Eletronic 1.0, na versão básica de duas portas, era vendido por Cr$ 1,085 milhão, equivalente a 90 salários mínimos. Dos opcionais, só o ar-condicionado elevava em Cr$ 225 mil o valor.
Os carros que farão parte do programa do governo federal serão revelados nos próximos dias. Atualmente, o mais barato do país custa R$ 68,9 mil, é o Renault Kwid. Haverá ainda modelos beneficiados com valores de até R$ 120 mil. É óbvio que a intenção é de que esses não se tornem "populares", mas foi um pedido de montadoras que a faixa de benefício fosse maior, já que algumas não têm carros baratos no portfólio, mas estão também tendo que parar produção por falta de demanda, cuja retomada é o principal objetivo do programa do governo federal.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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