O carro popular vai mesmo voltar, custando cerca de 45 salários mínimos. No anúncio "real oficial" do pacote automotivo, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, foi enfático ao dizer que espera ter veículo por menos de R$ 60 mil, contando com uma contrapartida das montadoras adicional ao bônus do governo federal. Hoje, o carro zero mais barato do Brasil custa R$ 68 mil.
Desde o anúncio atabalhoado há alguns dias, o programa passou por uma boa mexida. A forma de dar o desconto foi alterada, evitando impacto maior nas contas públicas, nas quais o Banco Central está de olho para reduzir juro. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o viés ficou econômico, ambiental e fiscal. Caminhões e ônibus entraram na parada pelas críticas no foco em transporte individual quando se debate a importância do coletivo. E até o alerta das concessionárias que temiam que as locadoras abocanhassem todos os carros mais baratos foi ouvido, com um prazo inicial apenas para compra por pessoa física.
Enfim, não é a solução definitiva, mas dá um gás nas fábricas, que bateram recorde de paradas em 2023. As dilapidadas no projeto também mostraram preocupações importantes do governo federal, além das ambientais e do conteúdo nacional.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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