Enquanto aguarda a venda das suas 63 lojas, o Grupo Paquetá atrasou novamente os salários dos funcionários. Alguns relatam à coluna estarem há 50 dias aguardando pagamento. A calçadista está em recuperação judicial e lida com diversas ações de cobrança na Justiça. No Ceará, onde tem fábrica, a empresa recebeu nesta semana R$ 10 milhões de antecipação dos incentivos fiscais do governo daquele Estado para pagar os salários e manter os mais de 3 mil empregos. No total, o grupo, com sede em Sapiranga, no Rio Grande do Sul, tem cerca de 7 mil empregados, mas chegou a responder por 15 mil postos de trabalho.
Em paralelo e em uma tentativa de sanear as finanças do grupo todo, é organizada a venda do braço de varejo, que inclui lojas da marca Paquetá e da bandeira Gaston. Com previsão de ser finalizada em até três meses, a disputa será na modalidade stalking horse, quando já há um comprador de referência. No caso, como a coluna antecipou, é a Oscar Calçados, uma rede de São Paulo que está bem confiante no sucesso do negócio.
Em entrevista à coluna quando a venda foi autorizada pela Justiça, no final de maio, o advogado da Paquetá, Thomas Dulac Müller, explicou que o valor de base será de R$ 90 milhões. Em um mecanismo autorizado para recuperação judicial, este valor já foi financiado pela Oscar ao grupo calçadista gaúcho para manter a operação enquanto o processo de venda ocorre. Durante o leilão, podem aparecer interessados com propostas melhores, que podem ou não ser cobertas pela Oscar. O recurso que eventualmente vier além dos R$ 90 milhões tende a ser usado nas indústrias do grupo, que representam a maior parte da empresa.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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