O uso de parte do Fundo de Garantia por Tempo de Serviços (FGTS) para compra de carro zero é uma das propostas das montadoras para reativar o mercado, que está parado. O presidente da Associação dos Fabricantes de Veículos (Anfavea), Márcio de Lima Leite, lembrou que as vendas "estouraram" no Chile quando a medida foi adotada. A pauta está em discussão com o governo brasileiro e tem um projeto de lei tramitando no Congresso.
O primeiro trimestre terminou com o mesmo patamar de vendas do mesmo período do ano passado, que foi o pior desde 2004. Segundo o executivo, o resultado só não foi negativo porque as locadoras garantiram as encomendas, renovando a frota após um período em que faltou carro no mercado para comprar.
— No passado, o problema era a falta de semicondutores. Agora, é de demanda — diz o presidente da Anfavea.
Com a retração do consumo, a produção está com o pé no freio. Oito fábricas estão paradas no país. Aqui no Rio Grande do Sul, a General Motors (GM) deu férias coletivas em fevereiro.
— Temos dois turnos que deixaram de existir no país, o que pode ser pior do que uma paralisação — alerta ele, que entende que o juro é o principal problema para o setor.
— Sem condições melhores de crédito, o mercado não vai se recuperar.
As fabricantes de veículos empregam 1,2 milhão de pessoas no país. Uma discussão que cresceu nas últimas semanas é a volta do carro popular, com incentivo por parte do governo federal.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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