Um acordo entre a empresa gaúcha Alibem Alimentos e sindicatos de Santa Rosa e Santo Ângelo evitou a greve de 4 mil trabalhadores. As entidades que representam os funcionários reivindicavam o pagamento do Programa de Participação nos Resultados (PPR). A companhia, por sua vez, alegava que não fez a distribuição porque teve prejuízo em 2022.
— Os sindicatos não confiavam no balanço porque, na visão dos trabalhadores, como não houve queda no número de animais abatidos, o frigorífico teria mantido o mesmo nível de produtividade. Já a empresa alegava que os custos subiram e que o preço do produto caiu — explica a juíza da Justiça do Trabalho Raquel Nenê Santos, titular da 2ª Vara de Santa Rosa, que fez a mediação para o acordo extrajudicial.
A negociação precisou de 12 reuniões e ficou acertado que a empresa vai pagar meio salário-base (R$ 750) para cada um dos cerca de 4 mil funcionários das plantas de Santa Rosa e Santo Ângelo, além das granjas da região que as abastecem. O valor é considerado uma bonificação, e não o prêmio da participação de resultados, já que a empresa não teve lucro. A Alibem, segundo o Judiciário, levou em consideração os custos que teria em caso de uma paralisação.
— Nosso trabalho foi conversar com as duas partes. Tinha que deixar claro para o sindicato que é difícil impugnar uma auditoria e, ao mesmo tempo, ponderar com a empresa que entendemos que nada é devido, mas o prejuízo com a greve é certo, mesmo que depois ela seja declarada ilegal. Negociamos e buscamos um valor de consenso — acrescentou a juíza.
O valor entra na folha de abril. A Alibem afirma ser a segunda maior empresa de suínos do Rio Grande do Sul e a quinta maior do Brasil em volume de abates.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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