O jornalista Daniel Giussani colabora com a colunista Giane Guerra, titular deste espaço
Maior produtora de biodiesel do país, a BSBios, com sede em Passo Fundo, fechou uma parceria com o Grupo Madero, do Paraná, para reutilizar o óleo de cozinha usados nos restaurantes da empresa, o Madero e o Jerônimo. O contrato foi assinado nesta semana e prevê o recolhimento de 55 mil litros de óleo de cozinha por mês, vindos de 270 unidades do grupo pelo país.
A matéria-prima será comprada pela BSBios, que destinará o óleo para a produção de biodiesel. Os valores negociados não foram divulgados. O óleo utilizados nos restaurantes serão agrupados na cozinha central do Madero, em Ponta Grossa, no Paraná, de onde seguirá para a unidade da BSBios em Marialva, no mesmo Estado.
— O uso do óleo de cozinha é uma alternativa duplamente sustentável, pois diminui o descarte inadequado do resíduo e colabora para a produção de um combustível comprovadamente renovável — explica Erasmo Carlos Battistella, presidente da BSBios.
O óleo de cozinha é considerado uma matéria-prima residual na produção do biodiesel. Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), no Brasil, hoje ele representa 2,25% da matéria-prima usada para produção de biodiesel.
Financiamento para produzir a partir do óleo
No ano passado, o Santander concedeu um financiamento milionário vinculado a compromissos de ESG à BSBios. Entre as contrapartidas acordadas para a transação estão a ampliação de um projeto social de coleta de óleo de cozinha em Passo Fundo. A iniciativa reduz o impacto ambiental do descarte inadequado do resíduo no meio ambiente e eleva a renda de famílias que já fazem parte da cooperativa de reciclagem do município. Saiba mais: Um dos maiores bancos no país financia R$ 60 milhões para fábrica produzir mais biodiesel de óleo de cozinha no RS
Investimento fora do Brasil
Recentemente, a coluna noticiou que a BSBios comprou o Complexo Industrial La Paloma, localizado em La Paloma del Espíritu Santo, no Paraguai. A empresa comprada tem capacidade de produzir 7 milhões de litros de biodiesel e de esmagar 50 mil toneladas de soja por ano (para produzir o farelo, a matéria-prima do biocombustível), em uma área total de 15,3 hectares. Com a aquisição, o complexo passará a se chamar BsBios La Paloma. O foco será aumentar a produção de matéria-prima e do biocombustível para atender à demanda no país e na região. Leia mais: Indústria gaúcha compra complexo para fabricação de biodiesel no Paraguai
Colaborou Guilherme Gonçalves
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br) Leia aqui outras notícias da coluna