Maior produtora de biodiesel do país e com sede em Passo Fundo, a BSBios comprou o Complexo Industrial La Paloma, localizado em La Paloma del Espíritu Santo, no Paraguai. A empresa comprada tem capacidade de produzir 7 milhões de litros de biodiesel e de esmagar 50 mil toneladas de soja por ano (para produzir o farelo, a matéria-prima do biocombustível), em uma área total de 15,3 hectares.
Com a aquisição, o complexo passará a se chamar BsBios La Paloma. O foco será aumentar a produção de matéria-prima e do biocombustível para atender à demanda no país e na região. A unidade ainda possui capacidade de armazenagem de grãos e farelo de soja, o que permitirá à empresa realizar tranding (modalidade de investimento no mercado financeiro) de outros grãos. Os funcionários serão mantidos.
— Esta operação reforça nossa crença no potencial do Paraguai, onde estamos investindo com a intenção de ampliar nossas operações internacionais — explica o presidente da BsBios, Erasmo Carlos Battistella.
Esse será o segundo projeto da empresa no Paraguai, mas o primeiro em funcionamento. Isso porque a empresa está construindo no país uma "biorrefinaria", que irá produzir combustíveis sustentáveis como diesel verde e bioquerosene de aviação. A matéria-prima produzida no La Paloma também teria capacidade para atender esse novo empreendimento.
"O cliente coloca as regras"
Recentemente, a coluna entrevistou Erasmo Battistella no programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha. O gancho da conversa foi a tomada de um financiamento do Santander com juro menor para investimento em sustentabilidade. São R$ 40 milhões, que se somam aos R$ 60 milhões anteriores. O executivo também falou na entrevista sobre as novas exigências de sustentabilidade:
— Venho falando já há alguns anos que precisamos passar pela certificação das cadeias produtivas. Uma muito próxima da nossa, que a de proteína de frango, é toda certificada, rastreada para poder fornecer para mercados mais sofisticados. Entendo o posicionamento de alguns empresários em função das exigências que mercados, como a União Europeia, nos impõem, mas o fato é que o cliente coloca as regras do que ele quer comprar. No caso do biodiesel, há outros fornecedores que podem atingir esse mercado, então a BSBios preferiu se adequar para continuar exportando.
Leia a entrevista completa: "O cliente coloca as regras", diz CEO da BSBios sobre R$ 100 milhões para adaptar biodiesel a exigências do Exterior
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br) Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br) Leia aqui outras notícias da coluna