A possibilidade de a Lojas Renner comprar a operação brasileira da C&A já repercute no mercado financeiro. As ações da C&A abriram em alta de mais de 15%. Em alguns momentos da manhã, a elevação chegou a passar dos 20%. Já no caso da gaúcha Lojas Renner, o movimento foi mais tímido. No início do pregão, operava com um leve crescimento de 0,74%.
A especulação sobre a aquisição ganhou força no final de semana, quando o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, publicou que a Lojas Renner "está em negociações preliminares para a compra da C&A no Brasil". Procuradas, tanto a empresa gaúcha como a varejista holandesa C&A falaram que não comentam rumores de mercado.
Em 2022, notícias deram conta que a holandesa estava sondando potenciais interessados em comprar sua operação brasileira. A intenção da empresa seria focar sua atuação no mercado europeu. No ano anterior, em 2021, a Renner levantou R$ 3,987 bilhões em uma oferta subsequente de ações (conhecidas no setor como follow-on), dando início a especulações, que foram negadas à época.
São diversas e divergentes as análises sobre a possibilidade de o negócio ocorrer ou não, e ainda sobre o seu sucesso, caso se efetiva. O interesse começa no próprio segmento do varejo e vai até o mercado de capitais, já que as ações são negociadas em bolsa de valores. Uma avaliação sobre o aspecto de varejo é de que as duas marcas teriam que seguir separadas, já que a Renner está em um patamar mais alto, como o da Zara, enquanto C&A concorre com Riachuelo. Porém, juntas se tornariam líderes de mercado. Há quem veja sinergia e força comercial, mas também existe avaliações de que a Renner assumiria riscos de crédito com a aquisição, que seria mais do mesmo, diferente de outras compras que a rede tem feito. Para fechar, tem quem não veja sentido algum na compra.
Atualização: A Lojas Renner enviou sua posição sobre o assunto às 13h37min. O texto foi atualizado.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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