Mudar a Lei das Estatais, ainda mais em votação relâmpago na Câmara dos Deputados, é um erro. Na verdade, traz vários erros. Junto com a indicação de Aloizio Mercadante para a presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), acaba por ofuscar eventual efeito positivo das indicações de Gabriel Galípolo e Bernard Appy para a equipe do novo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Seja para abrir espaço a Mercadante e novas indicações, seja para agradar o Centrão, alterar a Lei das Estatais tira a proteção de empresas públicas de interesses políticos. As mudanças incluem redução na quarentena, de 36 meses para 30 dias, para participantes de campanhas eleitorais assumirem cargos diretivos ou no conselho de estatais. Ela foi criada no governo de Michel Temer, que hoje já lamentou a votação.
É óbvio que o mercado financeiro não gosta disso porque corrói a eficiência das companhias, sendo várias de capital aberto, ou seja, com ações negociadas em bolsa de valores. Especialmente, Petrobras e Banco do Brasil, cujas ações caem com força nesta quarta-feira (14), liderando as perdas do Ibovespa, índice das mais negociadas na B3. À economia no geral, incluindo empresas que estão muito desgostosas com os sinais do novo governo e adiando decisões por isso, traz mais o temor de gastança. Com isso, o dólar sobe mais, com a desvalorização do real.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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