Apesar dos seus riscos fiscais, a PEC da Transição para aumentar o Auxílio Brasil para R$ 600 em 2023 reforça a perspectiva de uma onda de consumo agora no final do ano. O terceiro trimestre foi fraco, especialmente para quem depende do público das classes C e D, que vinha com a renda corroída pela inflação e pelo endividamento que disparou desde o ano passado. Para esse público, a redução de tributos não foi suficiente para tirar a corda do pescoço. Mesmo que seja uma garantia para o ano que vem, já traz efeitos por agora.
O valor para o benefício tinha sido promessa de campanha tanto de Lula quanto de Jair Bolsonaro. O cenário mais definido também faz acontecer o consumo represado pela eleição tensa, o que se soma à Copa do Mundo, à Black Friday e ao Natal. O juro, apesar de alto, parou de subir. A situação se reflete nas ações de redes de varejo, que estão subindo na bolsa de valores de São Paulo. Entre as maiores altas, estão Magazine Luiza e Lojas Americanas, que despencaram por um bom tempo.
Vai ficar tudo bem? Impossível dizer agora. Tem muita água para rolar na transição e no próximo governo. Além disso, essa flexibilização do teto de gastos pode ser algo pontual ou pode ser porteira aberta. A gastança do governo federal segue um pepino a ser resolvido, sem falar que não se tem ainda uma definição sobre a equipe econômica de Lula, que segue com voto de confiança do mercado. Maior aposta até agora, Henrique Meirelles disse que não foi convidado "ainda".
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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