O Rio Grande do Sul foi o segundo Estado onde os moradores mais quitaram dívidas atrasadas no primeiro semestre do ano. De todas as contas vencidas, 65,9% foram pagas em até dois meses, de acordo com dados enviados à coluna pela Serasa Experian, empresa que faz negociações de pessoas inadimplentes com empresas. Os gaúchos só ficaram atrás da Paraíba em termos de pendências resolvidas. O estado nordestino teve 69,3% dos débitos quitados.
Outro dado curioso é que apenas a Paraíba e o Rio Grande do Sul tiveram uma média acima de 60% das dívidas pagas no período. A grande maioria dos Estados quitou entre 50% e 59,9% de suas contas atrasadas. No Amapá, o número cai drasticamente, para apenas 12% dos vencimentos quitados em dois meses.
- Paraíba: 69,3%
- Rio Grande do Sul: 65,9%
- Minas Gerais: 59%
- Mato Grosso: 57,2%
- Sergipe: 57,2%
- Rio Grande do Norte: 57%
- Goiás: 56,4%
- Espírito Santo: 56,3%
- Acre: 56,2%
- São Paulo: 55,9%
- Bahia: 55,1%
- Amazonas: 54,9%
- Santa Catarina: 54,4%
- Pernambuco: 53,2%
- Paraná: 53%
- Piauí: 52,1%
- Rondônia: 51,9%
- Maranhão: 51,7%
- Ceará: 51,4%
- Alagoas: 50,9%
- Rio de Janeiro: 50,8%
- Pará: 48,6%
- Mato Grosso do Sul: 48,5%
- Tocantins: 47,9%
- Roraima: 46,2%
- Distrito Federal: 41,6%
- Amapá: 12%
O índice calculado pela Serasa Experian leva em consideração dívidas incluídas no sistema de inadimplência da instituição em cada mês. É adotada a média de até 60 dias para pagar as contas porque esse costuma ser o tempo que as empresas esperam para tomar soluções mais firmes de cobrança, como cortes no serviço. Mas claro, isso pode variar de acordo com cada credor.
Considerando o período de um ano, de julho de 2021 a junho de 2022, a média é que 63,7% das contas atrasadas de gaúchos foram pagas em dois meses. Se olhar apenas para junho agora, a média é de 64,7% das contas pagas - um leve recuo frente aos 66,7% de maio.
Esses dados também vão ao encontro com outro levantamento que a coluna costuma trazer com frequência: o de número de inadimplentes no Estado. Em junho, 3,2 milhões de gaúchos estavam com contas atrasadas, com dívidas que, somadas, passavam dos R$ 14,2 bilhões. Um dos fatores que ajuda a explicar - e que ainda pesava com força em junho, por mais que agora haja um arrefecimento - é a alta da inflação, que afeta a capacidade de pagamento das pessoas. Houve muito consumidor que passou a fazer compras fixas no crédito, incluindo comida.
Importante pontuar, porém, que o percentual de contas pagas não consegue mostrar quanto desses 3,2 milhões saem da inadimplência por quitarem suas dívidas. Isso porque há despesas fixas, que entram mês após mês, como conta de energia e de água. Assim, pode ser que um consumidor vença um débito atrasado, mas já tenha outro na sequência. Apesar disso, indica uma tendência de que os gaúchos têm buscado vencer seus compromissos.
Setor por setor
A Serasa Experian também consegue ver, na média nacional, quais foram os setores que tiveram as dívidas atrasadas mais pagas. Em primeiro lugar vêm as contas básicas. São as despesas fixas, como água, gás e energia. O percentual foi de 64,6% de contas pagas em até 60 dias após a negativação. Na sequência, vem o segmento de bancos e cartões, com 59,7% das dívidas vencidas pagas. Aqui, há uma preocupação grande de quem não consegue pagar em tempo pelos altos juros do rotativo do cartão de crédito e do cheque especial. A lista segue com contas do varejo (51,7%), de financeiras (46,1%), de serviços (31,31%), de telefonia (10,8%) e de securitizadoras (6%). Outras contas foram 36,1% pagas.
O valor médio das dívidas com mais taxa de recuperação no semestre foi mais de R$ 10 mil (68,4), até R$ 500 (55,9%), entre R$ 500 e R$ 1 mil (51,7%), entre R$ 2 mil a R$ 10 mil (49,9%) e entre R$ 1 mil a R$ 2 mil (49,5%).
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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