Enquanto se comemora o recuo da inflação no Brasil, o mesmo patamar de alta de preços faz Estados Unidos e Europa arrancarem cabelos (veja índices abaixo). Realmente, está sendo ótimo pagar menos de R$ 5 pelo litro da gasolina e ver recuo na conta de luz, mas é preciso olhar o contexto de que os preços seguem altos, superando o dobro da meta brasileira de inflação para o ano. Ainda mais se considerarmos que o índice representa um aumento sobre um patamar que já vinha de elevações.
O Brasil fechou 2021 com inflação de dois dígitos, sendo que o aperto monetário, com alta da taxa de juro Selic, tinha sido iniciado já em março do ano passado. Agora, os bancos centrais europeu e norte-americano estão pisando no acelerador da política restritiva. Economias maduras com inflação neste patamar geram temor global. Isso piora o receio de recessão, derruba bolsas, eleva juros futuros, além de pressionar alta do dólar, que pode acabar gerando repiques inflacionários por aqui, por mais que desaceleração econômica puxe para baixo o petróleo.
Inflação de 12 meses (até agosto):
Brasil +8,3%
EUA +8,73%
Alemanha +7,9%
Zona do Euro +9,1% (recorde)
Na semana que vem, tem reuniões dos comitês de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos. Por aqui, expectativa de que o Banco Central encerre o ciclo de elevação do juro, mas com uma fresta da porta aberta para mais uma pequena alta. Nos Estados Unidos, a inflação acima do previsto divulgada nesta terça-feira (13) aumenta as apostas de que o Federal Reserve (Fed) possa elevar o juro em 1 ponto percentual, o que é altíssimo para padrões norte-americanos. Além disso, autoridades europeias discutem intensamente como minimizar o impacto do custo da energia, já que a Rússia mantém corte no fornecimento de gás e o inverno está batendo à porta.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br) Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br) Leia aqui outras notícias da coluna
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