Três anos após suspender a sua operação em Rio Grande, a Fertilizantes Heringer reativou a fábrica no Sul do Estado. O processo de reestruturação da unidade começou em março, quando 51,48% do capital social da empresa brasileira foi comprado pela EuroChem, empresa de origem russa com sede na Suíça. A reinauguração, de fato, aconteceu no início do segundo semestre, e gerou 53 empregos.
Em 2019, quando a operação foi suspensa, a empresa lidava com uma crise financeira. Para manter a atividade econômica e, após, buscar investidores, a Heringer tinha tomado a decisão de suspender a produção em algumas unidades, entre elas a de Rio Grande e também a de Porto Alegre — que segue "em hibernação".
Também naquele ano, a empresa entrou em recuperação judicial, com dívidas que somavam cerca de R$ 3 bilhões. O processo foi encerrado agora em março, após decorrer o prazo de dois anos contados da concessão da RJ e com o entendimento da Justiça do "fiel cumprimento das obrigações assumidas no âmbito do plano aprovado".
— O Rio Grande do Sul é uma grande potência agrícola. Estamos aqui para somar, para reconstruir a parceria que iniciamos em 2015 (quando a fábrica foi inaugurada) — afirma Ulisses Maestri, diretor comercial e técnico da Heringer.
Fundada em 1968, a Fertilizantes Heringer tem 14 unidades de armazenamento, mistura e distribuição nas regiões sudeste, centro-oeste, sul e nordeste. Ela tem capacidade para mais de 4 milhões de toneladas de fertilizantes por ano. Os produtos são usados, por exemplo, em lavouras de soja, milho, algodão, café e cana-de-açúcar.
Parte da compra suspensa
A EuroChem, que já é controladora indireta da Heringer, tem planos de comprar o resto da participação societária da empresa brasileira. Para isso, seria feito um processo da oferta pública de aquisição da companhia, que foi suspenso nessa terça-feira (13) pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Na última semana, um grupo de acionistas minoritários da Heringer solicitou a realização de uma assembleia para propor uma nova avaliação dos preços dos papéis a serem negociados. Eles questionam o valor proposto pela EuroChem. Esse processo, porém, não influencia nos 51,48% já vendidos — e nem nas unidades reabertas.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br) Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br) Leia aqui outras notícias da coluna
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