Não foi surpresa a alta da Selic para 13,75%. A expectativa era para o comunicado do Comitê de Política Monetária e, nele, o Banco Central sinalizou nova elevação na próxima reunião. Ou seja, quer trazer a inflação para a meta de qualquer maneira, nem que seja em 2024: "Diante de suas projeções e do risco de desancoragem das expectativas para prazos mais longos, é apropriado que o ciclo de aperto monetário continue avançando significativamente em território ainda mais contracionista.", diz o comunicado.
Havia uma esperança, especialmente do setor produtivo, de que o ciclo, iniciado em março de 2021, se encerrasse. O juro alto deixa o crédito mais caro, o que trava a economia. Porém, o Banco Central acha a inflação pior, e o aperto monetário é ferramenta para combatê-la, diminuindo consumo e atraindo dólares ao Brasil, o que segura o câmbio, que impacta preços.
O Copom considerou que o recente corte de impostos provoca queda de preços, mas entende que a inflação persiste. A questão fiscal é a grande preocupação, e está em situação delicada com o pacote de bondades do governo federal. Seu reflexo nas contas públicas pode entrar em 2023, o que, junto com as eleições, provoca desvalorização do real. Diante disso, o texto reforça que o cenário demanda "cautela adicional". A próxima alta de juro, no entanto, deve ser menor do que os atuais ajustes de 0,5 ponto percentual. Previsões estão sendo ajustadas para 0,25 ponto percentual.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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