A privatização da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) foi retomada com a abertura da sala de informações do processo, chamada de "data room". É onde os interessados podem buscar dados e relatórios. Para entrar, a taxa é de R$ 30 mil, conforme comunicado disponibilizado ao mercado pela estatal e noticiado pela coluna na manhã desta quarta-feira (31).
Com a mudança no modelo de venda, ela não ocorrerá por abertura de capital na bolsa de valores, como previsto inicialmente, mas de forma integral para um comprador. Ou seja, o governo, que antes ficaria como acionista de referência, ficará de fora da Corsan em definitivo.
A ideia é fazer o leilão em dezembro, o que é considerado desafiador, mas "factível", disse à coluna uma fonte que participa do processo diretamente. Além do que envolve os investimentos em saneamento e a regulação por agências, o aspecto político requer atenção, considerando que corre uma eleição estadual. Se a privatização ocorrer ainda em 2022, em tese, não há o que se falar em reversão, mesmo que seja eleito um governador que discorde da venda. Ainda assim, é algo que leva à cautela de investidores, que gostam de segurança e previsibilidade.
Mas quais são os próximos passos? Os interessados farão a solicitação de mais informações, pedidos que terão que ser atendidos pela Corsan. Depois, será realizada uma audiência pública, para apresentar a forma de privatização e colher contribuições. Após essa etapa, será publicado um edital, no qual estará a data do leilão. Parece pouco, mas é um processo complexo para um tempo exíguo.
Sobre os contratos com os municípios, aparentemente, não precisaria se revisitar os aditivos acertados. A lei tratou de venda, sem especificar o modo. Há casos em que manifestaram interesse de manterem-se sócios da Corsan, que ficaria com capital pulverizado em bolsa. Quanto aos passivos da companhia, o comprador assumirá.
A privatização pela nova modelagem e com a saída do Estado da Corsan deve atrair mais interessados, com propostas melhores. Ao menos, essa é a expectativa do governo. Quando a ideia era vender ações em bolsa de forma pulverizada, estimava-se um valor superior a R$ 3 bilhões para a companhia.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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