Construtora do grupo Rodobens, a RNI construirá um novo empreendimento residencial de R$ 40 milhões em Cachoeirinha, na região metropolitana de Porto Alegre. É o primeiro do grupo na cidade, e o 23º no Rio Grande do Sul. A estimativa é de que as obras gerem 500 empregos, informou o CEO Carlos Bianconi ao programa Acerto de Contas, da Rádio Gaúcha.
O projeto contará com 316 unidades habitacionais divididas em quatro torres. Serão 16 mil metros quadrados construídos. Cada apartamento terá entre 46,8 e 49,9 metros quadrados, custando entre R$ 190 mil e R$ 260 mil. O valor geral de vendas (VGV) é de R$ 71 milhões.
— Nós operamos o Casa Verde e Amarela na sua faixa máxima. O público do projeto de Cachoeirinha é econômico, mas grande parte das unidades habitacionais já não entra no programa. É para uma faixa de renda de R$ 3 mil a R$ 7,5 mil — explica Bianconi.
O lançamento está ocorrendo agora, o que leva Bianconi a projetar início das obras em até oito meses. Entre a lista de serviços, haverá lockers para guardar pedidos de delivery e uma pequena loja autônoma, sem funcionários, para que os moradores comprem produtos como comidas e bebidas. Será o primeiro empreendimento da RNI com essa operação, que tem ganhado espaço dentro do mercado imobiliário.
Confira mais trechos da entrevista com o CEO da RNI, Carlos Bianconi:
Como a empresa enxerga o Rio Grande do Sul?
Estamos há muitos anos no Estado. Já fizemos 23 empreendimentos, começando por Santa Maria, Santa Cruz do Sul e Pelotas, e alcançamos 12 mil unidades habitacionais. O Rio Grande do Sul é um dos poucos Estados que reúne itens muito importantes para nossa estratégia. O primeiro é o altíssimo índice de formalidade, como identificamos na análise de crédito para venda. Depois, tem um agronegócio pujante, o que faz a RNI estar próxima dessas cidades.
Como estão os projetos lançados recentemente em Pelotas, Canoas e Gravataí?
Estão com patamares interessantes de venda. O de Pelotas foi lançado há dois anos, e estamos indo para o final da execução das obras. Lá, em função de ser um bairro em desenvolvimento, muito planejado, acabou demorando um pouco mais na largada, mas hoje está fantástico. A gente não erra no Rio Grande do Sul. É incrível. Nós temos uma linearidade de vendas.
No ranking nacional de vocês, qual lugar cabe ao Rio Grande do Sul?
Se pegarmos a história da companhia, temos mais projetos em São Paulo. Se pegarmos os últimos oito anos, temos mais no Rio Grande do Sul.
Qual o público-foco da empresa?
Nós operamos o programa Casa Verde e Amarela na sua faixa máxima, na faixa 3. Que é onde encontra o cliente saindo do programa e buscando unidades com desempenho superiores. O público específico do Cachoeirinha é econômico, mas temos uma grande quantidade de unidades habitacionais que estão fora do programa, acima dele. Estou trazendo um público que está deixando de ser Casa Verde e Amarela e está começando a buscar um valor adicional na sua unidade habitacional. É uma faixa de renda de 3 mil a 7,5 mil. Já é um nível de salário importante.
Como lidam com preços do material de construção?
Quando a gente fala de INCC, que é diretamente ligada aos custos, tivemos, desde o meio de 2021 até por volta de maio, uma rampa muito forte de subida de custos, encabeçada pelo aço, concreto, PVC e cobre. Isso trouxe uma necessidade de reposicionamento de preços. Temos duas possibilidades: repassar ou absorver. Conseguimos passar quase a totalidade. Hoje, vemos um arrefecimento. Os custos pararam de subir, estamos começando a verificar queda, mas não na mesma proporção.
Essa foi uma dificuldade que o setor que trabalha com o projeto teve. Como repassar, mas ficar dentro do programa?
Exatamente, foi muito difícil. Vimos muitas empresas sofrendo com isso. No caso da RNI, a gente não se limita ao teto do programa. A gente sempre cuida para não perder o mercado local, porque não posso subir muito o preço para não perder o cliente, mas a gente tem tido essa resiliência. E quando a gente fala em termos de rentabilidade, os nossos números demonstram isso. Estabelecemos um recorde de vendas no primeiro semestre. Superamos os últimos oito anos da companhia. E aí tem questão de velocidade de venda. Porque quando sobe o preço, teoricamente, você perderia um pouco a velocidade de venda. Mas isso não aconteceu. Nossa velocidade de vendas também cresceu.
A escalada de juros afastou alguns clientes?
O juro, quando sobe, necessita de pessoas com renda maior para comprar o mesmo produto. Quando eu deixo de vender uma unidade por preço inferior, tenho que buscar um cliente com capacidade para adquirir a unidade com preço superior. Vem uma renda maior, que, automaticamente, quando for fazer a pontuação de crédito no banco, e o juro também vai contribuir para aumento no boleto, consegue acomodar isso no range de 30% de comprometimento de renda. O desempenho da companhia tem sido muito satisfatório, acreditamos que haverá uma manutenção no segundo semestre, mas temos um ponto de atenção que é a eleição que vai acontecer. Também temos isso no radar, para que a gente passe a conduzir os mercados sem ter muito otimismo, e mais pragmatismo.
Quando que a companhia mudou o foco do público, querendo alcançar também quem estava fora do programa Casa Verde e Amarela? Foi durante a pandemia?
Essa foi uma preocupação nossa quando reposicionamentos a companhia entre 2017 e 2018. Não queríamos ficar refém de nenhum programa ou faixa. Repaginamos os produtos da companhia para que ele atuasse em A e B. Nossos produtos têm característica de transição.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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