Os três principais destinos das exportações gaúchas geram cautela. A China comprou 56% menos no primeiro semestre, com lockdowns no país e quebra da safra de soja no Rio Grande do Sul. Os Estados Unidos ameaçam ter recessão, enquanto a Argentina vive mais um caos econômico. A Índia aparece em quarto lugar, por enquanto, comprando 3,14% dos dólares que embarcamos, mas triplicou em relação ao ano passado, quando já tinha quadruplicado as importações gaúchas. Durante entrevista no Gaúcha Atualidade da Rádio Gaúcha, a coluna perguntou sobre o potencial do mercado indiano ao economista-chefe da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Antonio da Luz:
Qual a sua percepção sobre a Índia como mercado em potencial para nossas exportações?
Tem uma brincadeira que eu faço: que a China paga o meu salário hoje e a Índia vai pagar o salário do Enzo, meu filho. Isso porque a Índia está em um patamar semelhante ao que a China estava no início dos anos 1990, ou seja, próxima de um despertar. O PIB dela vem crescendo a taxas muito elevadas. Entretanto, é sobre uma base ainda muito pequena. Mas quando países começam a enriquecer, aumenta a renda per capita, eles se alimentam mais. Depois, passam a se alimentar melhor. Vai chegar um momento em que os crescimentos se darão sobre uma base maior e passarão a China. A Índia tende a ter a maior população da Terra e com uma renda que a coloca no mercado consumidor mundial. Teremos muita demanda e oportunidades de negócio. Não tenho dúvidas de que a Índia representará no futuro o que a China é hoje para nossa economia.
Ouça a entrevista na íntegra:
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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