Uma comitiva de empresários e integrantes do governo do Estado estiveram na Europa conhecendo parques eólicos, especialmente aqueles nos quais os aerogeradores ficam dentro da água. A secretária do Meio Ambiente e Infraestrutura, Marjorie Kauffmann, participou da viagem, quando deu entrevista ao programa Acerto de Contas, da Rádio Gaúcha. Confira:
Em que pé está o trabalho do governo do Estado para permitir a instalação de parques eólicos na Lagoa dos Patos?
Estamos trabalhando em um termo de referência para a atualização do zoneamento de sensibilidade ambiental para empreendimentos de energia eólica especificamente nas lagoas, porque o zoneamento que nós temos não contempla a avaliação ambiental dessa parte que são essencialmente nas lagoas. O licenciamento da energia eólica offshore é dado pelo Ibama, e aí o Estado não detém esse conhecimento do andamento do processo licenciatório, mas para o nosso Estado nós achamos mais prudente que retomássemos o zoneamento e pudéssemos dar mais segurança sobre a possibilidade do investimento desse tipo de energia dentro das lagoas, que são ambientes naturais riquíssimos e que nós precisamos estudar para poder propor o uso sustentável daquela região.
Foi feita uma consulta pública já. Qual foi o resultado?
Tivemos vários interessados, principalmente porque é uma região muito rica e abundante no sentido de ventos. Nós temos, também, uma proximidade com as linhas para onde se transmite essa energia. De outro lado, nós temos colônias de pescadores, toda uma situação social que precisa ser observada. Por este motivo também, o zoneamento é importante, mas nós precisamos amadurecer esse tema para poder ter segurança de implementação no Estado.
Detalhe a questão do ambientalmente seguro. Porque os aerogeradores são aquelas estruturas elegantes e imponentes, mas é uma atividade nova instalá-los na lagoa.
O licenciamento ambiental acontece especificamente por esse sentido, todas as atividades têm um impacto e os aerogeradores, como você bem mencionou, são imensos, o que requer uma estrutura. Nós temos todas as linhas, todo o sistema de transmissão, precisamos avaliar qual é o impacto disso dentro da sinergia que existe na lagoa, dentro dos ambientes que estão próximos e também sobre todos os organismos de fauna e de flora que habitam aquele ambiente. Então, o licenciamento verifica a possibilidade de instalação dos empreendimentos não comprometendo fatalmente essas comunidades associadas.
Sei que é difícil falar em prazos, mas o Sindicato das Indústrias de Energia Renovável do Rio Grande do Sul projeta que podemos estar gerando energia eólica a partir de equipamentos em água no Rio Grande do Sul até 2030. Isso é factível?
É factível, mas nós só poderemos ter prazos exatos quando nós tivermos a conclusão do termo de referência para atualização do zoneamento, porque esse termo de referência vai trazer exatamente quais os estudos que são necessários, inclusive em tempos. Vários estudos são feitos em campanhas, que precisam ser feitos em várias estações do ano. No prazo, colocamos a atualização do zoneamento, o processo burocrático de aquisição de áreas e o início de estudos do licenciamento, que serão a segunda etapa.
Ouça a entrevista na íntegra:
* A coluna viajou à Alemanha e à Holanda a convite da Fiergs (Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul).
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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