Com a pressão já insuportável da cadeia de combustíveis, que temia desequilíbrio e desabastecimento, a Petrobras reajustou - com força - o preço do diesel. O aumento de R$ 0,40, que deve chegar em R$ 0,36 nas bombas, representa uma elevação um pouco abaixo de 9%. É praticamente a inflação de um ano atualmente no país, mas nem repõe ainda toda a defasagem dos preços nas refinarias brasileiras em relação ao Exterior, o que faz distribuidoras não comprarem lá de fora e a Petrobras estabelecer cotas de venda por falta de capacidade de produção.
"Importante reforçar que nossas refinarias já estão operando próximo do seu nível máximo (fator de utilização de 93% no início de maio), considerando as condições adequadas de segurança e de rentabilidade, e que o refino nacional não tem capacidade para atender toda a demanda do país. Dessa forma, cerca de 30% do consumo brasileiro de diesel é atendido por outros refinadores ou importadores. Isso significa que o equilíbrio de preços com o mercado é condição necessária para o adequado suprimento de toda a demanda, de forma natural, por muitos fornecedores que asseguram o abastecimento adequado.", diz o comunicado da Petrobras desta segunda-feira (9).
Quem passou raspando foi a gasolina. Hoje, ela está defasada em 19%, ou seja, é o quanto a Petrobras está vendendo nas refinarias brasileiras abaixo do preço lá fora. Normalmente, 15% era o máximo que a estatal segurava antes de aumentar preço. Petróleo subiu puxado pela guerra e o dólar, pela decisão do banco central dos Estados Unidos de apertar a alta de juro.
Porém, o momento é bastante delicado. A inflação está travando e se tornou o principal desafio da economia brasileira. Enquanto isso, a política de preços da Petrobras tem sido alvo de críticas fortes e públicas dos políticos, inclusive do presidente Jair Bolsonaro. Na semana passada, a estatal anunciou lucro de R$ 44 bilhões, com distribuição de R$ 48 bilhões aos acionistas, sendo que 30% disso irá para o próprio governo federal, que tem o controle acionário da companhia.
Aqui no Rio Grande do Sul, o litro da gasolina está em R$ 6,95, é o terceiro preço mais baixo do país. Segundo a pesquisa semanal da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Amapá e São Paulo apenas estão com preços menores. Após anos majorada, a volta da alíquota de 25% de ICMS para a gasolina no Estado ajuda a manter esse patamar menor desde janeiro. Em novembro do ano passado, por exemplo, a média da gasolina estava acima dos R$ 7 nos postos gaúchos de combustíveis.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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